sexta-feira, 16 de abril de 2010

Que tempo é esse?

Tempo de colher. Tempo de plantar - não nesta ordem. O processo de montagem se estabeleceu. O espetáculo foi posto à cena. Um pequeno recesso. Manutenção das personagens. Viagem. Saudades. Alguma coisa se partiu - e não foi a ponte. O corpo exige um preparo que o tempo distante não requer. A ansiedade residente é a resposta do espírito à mudança do cotidiano. Minha rotina não está sendo a mesma. Já em Imperatriz, a cidade me consome o resto de ar. É que preciso respirar e a cidade provinciana não me permite. E dizem que aqui nada acontece, e que as pessoas são apáticas frente a um teatro que não se sustenta, que não nos envolve. Eu sou avesso a isso. Sinto saudades da dor do corpo, do suor do Jorge Choairy no meu e da ladeira que dividia meu caminho. E de outras coisas e pessoas não menos importantes. Mas, não quero elencar. Este tempo não é de fotografias. Estou percebendo que agora sou ainda o mesmo ser de antes. Distancia-se da cena, mas o ator fica, eufórico ou anestesiado mediante o tempo que não retorna e não passa. Sinto-me estanque, como se fosse um couro de boi a ser curtido para virar cinto e sapatos. Essa sensação se contrapõe a uma ânsia de ser abatido. Hoje, sou somente mais um. Não sei se isso é bom ou se é ruim. - "Vou dormir".

 Quarto vídeo do processo


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