sexta-feira, 2 de abril de 2010

O teatro é sempre um primeiro de abril?

Já ouvi muita coisa a respeito do teatro. Desde a "incorporação de personagens," passando por "o teatro imita a vida" e o "no teatro tudo é falso".

Meu teatro é extracotidiano. Foge aos padrões. Ele não imita a vida, mas sim faz uma releitura dela. E personagem não se incorpora, se representa. E se falarmos sobre obra de ficção, digo que o buraco inexiste. Teatro é vida. Há uma outra realidade modificada no palco (ou na área de jogo).

Terceiro vídeo do processo

Personagens se tornam reais a partir da verdade cênica do ator. Emoções são possíveis quando a organicidade se estabelece entre a cena que se mostra e quem especta. O ato de se ir ao teatro tem que ser ums ato de vida ou de morte. Não dá para ir comer pizza depois (meu amigo chama a isso de teatro gastronômico). Se for, vai ter uma indigestão. Teatro reflexivo é o mote. 

Teatro não tem a ver com primeiro de abril. Tem a ver com dias 09, 10 e 11... de abril. A vida se redesenha nas interfaces do ator, do encenador e do seu público - que, no nosso caso, não passará de 150 por récita.

Não sei mentir. Por isso, faço teatro. Do contrário, faria televisão ou cinema/vídeo. Meu tempo é o agora. O devir é passadista. Moderno de menos (risos).

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