domingo, 29 de maio de 2011

Natal, 28 de maio de 2011

10:40 AM

Estou em Natal, participando do Seminário Histórias do Teatro Nordestino, promovido pela A Outra Companhia de Teatro. Cheguei nesta madrugada e cá estou, no Barracão dos Clowns, acompanhando a oficina “O jogo enquanto princípio para criação dramatúrgica” que completa a circulação do espetáculo Mar me Quer.

14:11 PM

Depois de um agradável almoço na casa dos pais de Fernando (Yamamoto) – Sr. Osvaldo é gourmet de mão cheia –, aguardo o início do seminário e reflito: como permanecer amador sendo profissional? Recorro às lembranças da cidade de Balsas, onde meu fazer era amador e pergunto: o que mudou? Nada. Ergo, sou amador.

23:45 PM

O seminário foi divertido (para mim). Se não entediei meus pares, missão cumprida. O espetáculo, uma delícia, e a noite se prolongou. Um dia para reencontro com Ronaldo, Fernando, Marcos, César, Renata e Camile dos Clowns e primeiro encontro com Junior, Buranga, Luis, Eddi, Manu e Israel – escalação de A Outra. Conhecer o barracão e o sósia do Jorge (piada interna), bodejar, sorrir e não dormir.

02:30 AM

É incrível ver a quantidade de coletivos brasileiros que ralam e propõem. Há outro mundo, longe dos holofotes, onde o Brasil é construído. Cada passo, de cada companhia de teatro que viaja pelo país, deixa um rastro fértil que germina em cada espectador, ouvinte ou “oficinado” (palavra cunhada espontaneamente por Manu para um participante de oficina).

Somos o que somos por fazer teatro? É uma vida diferente... de tudo. Meu delírio deve-se ao sono... agora, aeroporto. Fui.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fim de Semana

by Paulo Socha

A pequena companhia de teatro encerra sua participação na VI Semana do Teatro no Maranhão com a oficina “O Quadro de Antagônicos como instrumento de treinamento para o ator”. Programada para os dias 23, 24 e 25 de maio, a atividade formativa foi adiada para os dias 30, 31 e 01 de junho às 14:00h na sala de dança do TAA. O adiamento ocorreu por causa da greve de ônibus que paralisou a cidade.

Nesta quinta, dia 26, será a abertura do 2° Salão de Artes Plásticas de São Luis e Marcelo Flecha estará expondo a instalação “Labirinto”, no prédio da Oficina Escola, na Praia Grande.

No fim de semana seguinte, o diretor viajará para Natal participar de encontro que visa discutir a história do teatro nordestino. Além do maranhense, participarão da mesa o diretor Fernando Yamamoto e o professor Diógenes Maciel. O evento é promovido pela A Outra Companhia de Teatro, da Bahia, e acontecerá no barracão dos Clowns de Shakespeare, dia 28, com patrocínio da FUNARTE através do Prêmio Myriam Muniz de Teatro.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

VI Semana do Teatro no Maranhão

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A Pequena Companhia de Teatro se apresentará com o espetáculo Pai & Filho na VI Semana do Teatro no Maranhão, no dia 21/05 (sábado), às 21h, no Theatro Arthur Azevedo (São Luís - MA). Programação completa aqui.


Marcelo Flecha participará da mesa de debates: Dramaturgia Maranhense - desafios da publicação, no CACEM, dia 22/05, às 16h.

Mesmo em Imperatriz  - estarei indo a São Luís esta noite - sei, graças às redes sociais, das manifestações de protesto no primeiro dia, na cerimônia de abertura. Uma boa pedida é ver o vídeo abaixo.
Festivais e mostras sempre são um espaço privilegiado para a discussão e reflexão, e mesmo que parte dos artistas se evadam da cidade logo após as apresentações de seus respectivos grupos, fica sempre uma brecha para perceber-se num outro. 

domingo, 15 de maio de 2011

Sobre o raciocínio científico e artístico

Estou na academia e não puxando ferro. O fato, não fosse o pensamento que aqui desenvolvo, seria banal. Creio que há vários tipos de raciocínio, entre eles, o científico e o artístico. O raciocínio artístico é sempre caótico, ou deveria ser, enquanto o raciocínio científico é organizado. Como estes podem ser compatíveis? Ao treinar o raciocínio para que seja o mais organizadamente estruturado possível, como poderemos utilizá-lo de maneira caótica para a composição artística? Entendem o que quero dizer? A academia pode comprometer a capacidade artística? A arte pode comprometer a capacidade científica? Bobagem? Quantos artistas conhecemos que, depois de imersões acadêmicas, perderam as qualidades artísticas? Quantos acadêmicos não voltaram depois de imersões artísticas? Quantos coadunam os dois fatores? Como conciliá-los? Quanto há de exagero academicista em diversas obras de arte? Quantas obras, ditas de arte, precisam urgentemente de um auxílio acadêmico? Com quantos paus se faz uma canoa? Perguntas.

sábado, 7 de maio de 2011

Ofício e exercício

Sou diretor, ou encenador, como queiram (mesmo estudando, entendendo e utilizando a evolução teórica desta nomenclatura para distanciá-la dessa, creio se tratar de um modismo. Nos anos 70 havia encenadores e nem por isso eram tratados por outro termo que não o bom e velho diretor, mas, enfim). Este é meu ofício. Agora, os exercícios que pratico para me tornar um melhor diretor são inúmeros e respondem por títulos como: dramaturgo, teatrólogo, cenógrafo, iluminador, figurinista, artista plástico, fotógrafo, músico, compositor, poeta, blogueiro e o escambau. Eu disse exercícios. São Luís tem uma tradição rançosa e provinciana de compartimentalizar a arte e seus fazedores. Nunca aconteceu comigo, mas estou cansado de ouvir referências a fazedores de uma arte que ousaram se aventurar no terreno sagrado de outra que não aquela com a qual foram rotulados. Ora, tenha paciência. O artista, como tal, não pode confinar suas angústias nesta ou naquela manifestação, se sua necessidade de expressão extrapola o veículo. Sejamos menos caretas. Como diria Wilde, esqueçamos o autor e vejamos a obra. Não que o autor não seja importante, porém, estamos chegando a um ponto onde essa invasão de privacidade está se tornando ridícula. Quando sentamos num teatro ou vamos ao cinema ou visitamos uma galeria ou lemos um livro ou escutamos um CD, não deveríamos nos preocupar se este ou aquele é poeta e está atuando, é músico e está dirigindo, é pintor e está iluminando etc. Se estudou, pesquisou, se aperfeiçoou, sabe o que está fazendo e faz bem feito deixemos o coitado em paz. Em paz com a arte, porque, se o “caboco” for ruim, ela se encarregará de expulsá-lo para bem longe da sua órbita.


imagens da estrada de Santos