quinta-feira, 30 de junho de 2011

Você sabia que...


A instalação “Labirinto”, de Marcelo Flecha, foi uma das seis obras premiadas no 2° Salão de Artes Plásticas de São Luís? A obra também serve de suporte estético e conceitual para espetáculos, performances e intervenções urbanas, e está exposta para visitação de maio a julho na Oficina Escola, na Praia Grande. O resultado foi divulgado ontem à noite no arraial da praça Maria Aragão.

domingo, 26 de junho de 2011

Do ensaio à cena – um rito de passagem

Cada ofício tem sua própria liturgia. Um dos elementos que compõe a liturgia do teatro é o ensaio. Cada vez mais tenho me deparado com convites para ver montagens que não têm respeitado esse elemento, e produções chegam à estreia com quinze, vinte, trinta ensaios – como se a genialidade permitisse experiências dessa natureza. O fazer teatral exige tempo, maturação, rigor, disciplina e um pouco de frescura para não perder la ternura jamás. No entanto, tenhamos respeito pelo espectador. Se não está pronto, ensaiemos até ficar. Uma das desculpas usadas para esta atitude responde pela alcunha de Processo. Digo: o processo é fundamental, mas não é o fim, é o meio para se chegar a um fim – o espetáculo. É interessante chamar o espectador para acompanhar um processo (nossa próxima montagem contemplará a experiência), mas o avisem de que disso se trata. Não o exponham àquela rotineira expressão final de quem não sabe onde foi que se meteu. Ensaio é ensaio, processo é processo, espetáculo é espetáculo. Vão me chamar de careta, eu me denominaria espectador.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pai & Filho no 18º Festival de Teatro do Rio

A Pequena Companhia de Teatro participará da 18ª edição do Festival de Teatro do Rio (RJ), com o espetáculo Pai & Filho. Neste ano o homenageado é Pedro Paulo Rangel.


A apresentação ocorrerá no dia 13 de agosto, às 20h, no Teatro Laura Alvim. 

Expectativas

Sempre fui avesso em criar expectativas por crer que projetá-las sem, contudo, alcançá-las ou superá-las, geraria uma certa decepção/frustração que poderia embotar meu processo - qualquer que fosse ele.

Composição de personagem é sempre muito difícil nessa perspectiva. Apresentações em festivais, também. Um misto de arrogância, presunção ou insegurança e modéstia. 

Ao mesmo tempo em que sabemos definir, identificar e perceber falhas, equívocos, acertos, coerências, sabemos também escamotear, afrouxar, dissimular. A aceitação do outro ainda é fundamental para velar nossas expectativas. Com o tempo elas aumentam em proporção comparadas à capacidade, que vai inversamente diminuindo.

Socraticamente, "só sei que nada sei(o)"

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Você sabia que...

... a pequena companhia de teatro foi fundada em 11 de julho de 2006? Apesar dos componentes trabalharem juntos desde 98, foi só nesse ano que o grupo ganhou legalidade cenepejosística e alvarasesca. Inspirado na Pequeña Orquesta Reincidentes, o nome surgiu numa reunião à beira da praia, num belo fim de tarde, entre JC, KL e MF, pensando numa alcunha que representasse sua singela despretensão.

domingo, 19 de junho de 2011

100

Estamos comemorando a incrível marca de cem seguidores! Apesar disso continuamos sem leitores, sem vergonha, sem assunto, sem problema, sem teto, sem noção, sem tempo, sem desculpa.

“Moléstia” à parte, nossa proposta tem se mantido fiel ao nosso propósito: escrever periodicamente sobre teatro e seu entorno – o mundo. Eu sei que a esta altura você, leitor fantasma, deve estar cansado das minhas lamurias, e deve perguntar – indignado – se depois dos fiéis dezoito meses de leitura eu ainda ignoro a sua existência. Respondo: claro que não! A vitimização corriqueiramente praticada por mim visa apenas seduzi-lo pelo meio mais infalível e deplorável: a pena. Eu ofereço o produto da minha pena (representada contemporaneamente pelo teclado) em troca da sua.

Se os cem seguidores que a seta indica(va) existissem eu ficaria sem graça. Como sei que somos só você e eu, fico mais à vontade para reclamar a sua presença. Sem motivo e sem razão, mas, sem frescura.

sábado, 18 de junho de 2011

Você sabia que...

... o ator Jorge Choairy é um dos mais irrequietos pesquisadores musicais de São Luís? Dividindo seu tempo entre a cena e a pista, sua sensibilidade para a descoberta de novas sonoridades o levou a assinar a trilha de diversos espetáculos, desfiles, exposições, performances, instalações e lançamentos, além da conhecida trajetória como um dos DJs mais badalados da ilha.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

E o palhaço, o que é?

De duas sensações que me marcaram muito, uma delas foi a minha experiência em participar de um retiro (ou quase isso) de clown.

Desde então, tento formular algo para que essa experiência transforme ainda mais o meu fazer teatral. Inevitavelmente alguma coisa ficou, mas preciso ter um espetáculo-solo com ele, o Lango-Lango, pois que esse círculo/fase ainda não se concluiu.

Estímulos não faltam. Dia desses um sinal de fumaça do país de Mossoró indicava um alvo. Outro, recebi um e-mail avisando-me de um curso com o Fernando Vieira, na Cia. Luís Louis (SP). Inscrevi-me.

O país de Mossoró que me aguarde. A reinvenção é estimulante.

E a cena muda, clownesca, transformar-se-á em espetáculo dramático.

Lango-Lango em sua primeira saída, na praia de Itapuã - BA

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Você sabia que...

... Katia Lopes é a Diretora Técnica do Teatro Arthur Azevedo? Com mais de uma década dedicada a essa casa de espetáculos, a produtora da pequena companhia de teatro ocupou os cargos de Diretora do Núcleo de Programação Visual, Chefe do Cerimonial, Assistente da Direção Técnica e há mais de um ano lidera a equipe técnica do principal teatro Maranhense.

domingo, 12 de junho de 2011

Medeia – um comentário

Amor? Ódio? Vingança? Difícil equilibrar-se na teia deixada por Eurípides entre as palavras que compõem sua Medeia, sem perceber-se à beira do abismal universo humano. Focada no feminino – corte na tradição de Ésquilo e Sófocles –, é a mulher que representa a trágica condição humana a deparar-se com os descaminhos da vida. Desprezando a ideia do destino a guiar os passos descompassados (como defendiam seus pares), o autor descarrega no fator comportamental toda a responsabilidade do infortúnio. A personagem – uma Medeia mais humana que sobre-humana mais mítica que mística – transita por todas as mazelas do labirinto psíquico sem conseguir se desvencilhar das amarras que a vingança lhe impõe pelo amor negado. A amante se sobrepõe à mãe, e o filicídio é fato. Diria o popular: é a história da mãe que matou os filhos. Nada pode ser maior. Nada pode ser pior. É nisso que a genialidade euripidiana se concentra: são nossos atos a desatar os flagelos da existência como se o antídoto nos fosse negado no primeiro suspiro para nos abandonar errantes nesta constante contagem regressiva que chamamos de vida. Medeia erra querendo acertar. “Acerta”, em si, o erro, por considerar necessário o sofrimento mais agudo para aquele que, arbitrariamente, subjugou seu estado feminino, transformando seu amor em ódio. Esta mulher, ensimesmada, se fecha aos apelos e sentencia o mau esposo à pior das penas, que só poderia brotar (como defendiam os antigos) da alma feminina. Machismos à parte, Eurípides marca a humanidade com aquilo que há de mais humano: a mulher. E nos permite, ao decifrar este conturbado universo, desvendar as amarguras e desvarios da alma humana, com suas costumeiras e belíssimas imperfeições.

Imagens da montagem de Medeia pela Cia. A Máscara de Teatro

Você sabia que...

... o diretor Marcelo Flecha faz parte do seleto grupo de diretores que dirigiram o Auto da Liberdade, em Mossoró? O espetáculo, a partir do livro homônimo do poeta Crispiniano Neto, conta os principais fatos históricos da cidade e também foi encenado por Amir Haddad, Fernando Bicudo, Gabriel Villela e João Marcelino. Na montagem de Flecha, em 2005 e 2006, um palco de 1.400m² abrigou cerca duas mil pessoas em cena.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Idas e vindas

Sempre fui racional em demasia. Tudo tem que ter um motivo, um significado. Deus é o longe e destino não existe, nem sorte ou azar. Quer explicar, explica. Não consegue, paciência... Virar uma esquina ao invés de outra sempre é motivo para reflexão: E se eu não virar aqui, o que me espera na outra? Tudo tem que ser pensado, analisado, refletido. Impulsividade só em momentos de exotismo e em situações relacionadas ao amor.
Foto retirada do blog do Torcedor

Fiz minha inscrição para o ENEM-2011. Depois, fiquei pensando as motivações disso... e de fazer xilogravura também. Tudo tem repercussão no desejo de me reconhecer no teatro que faço e que acredito. Tudo gira em torno disso. Sei que um dia vou desistir de tudo e fazer medicina, ou virar monge, eremita, nada relacionado com o teatro que hoje digo acreditar e reconhecer. Tenho facilidade em apagar a lousa e reinventar o tempo, as gentes e os espaços, tanto os de dentro quanto os de fora.

A filosofia pode dar sustentáculo ao teatro que não se faz ciência, ou a psicologia para minimizar o sofrimento de um não-natimorto.

A ausência dos palcos ainda me causa uma certa estranheza. Vou virar DJ.

Dispositivo móvel

Agora o blog da Pequena Companhia de Teatro pode ser acessado por dispositivo móvel, em um formato específico para esse tipo de equipamento. Leitura mais fácil, mais prática. O portal do R7 (sic) deveria seguir o mesmo caminho... O endereço é o mesmo. 

domingo, 5 de junho de 2011

O que tenho?

(Para entender clique aqui.)Casa própria (risos). Carro do ano (risos). Amigos que me amam (muitos risos). Lavadora de roupa (risos). Uma profissão que não usa relógio de ponto, mas pontua o juízo como um ponteiro (riso reflexivo). Uma companheira inenarrável (sem rir). Uma companhia pequena (risos). Uma pequena companhia que mia (riso sem graça). Um trabalho que me permite não trabalhar (riso mentiroso). Uma estudante de luxo (risos para não chorar). Luxo de poder estudar (risos). Um joelho atrofiado e três membros – Jorge, Cláudio e Katia (risos de pegadinha). Um ofício que não admite burocracia (sem rir). Sobrinhos começando a viver (riso meigo). Viagens pelo Norte, Nordeste e Sudeste (risos quilométricos). Sexo de graça (riso sem vergonha). Poucas desgraças, piadas sem graça e muito, muito mau humor.

sábado, 4 de junho de 2011

Você sabia que...

... o ator Cláudio Marconcine foi dirigido pelo renomado diretor Antônio Abujamra? Em processo seletivo aberto pela FUNARTE em 2008 para montagem do espetáculo Os Possessos, de Dostoievski, o ator foi selecionado entre currículos de atores de todo o país e recebeu bolsa de seis meses para participar da montagem. Estreada no dia 04/07/08 permaneceu em temporada regular na Sala Guiomar Novaes em São Paulo.