Curitiba, 08 de agosto, 23:35 PM.
Chegamos a Curitiba para o
início da 3ª etapa do Palco Giratório. A cidade traz a inevitável lembrança das
andanças pelas ruas com os queridos amigos d’A Máscara, quando nos apresentamos
aqui com Deus Danado – duas apresentações e muitos frutos. Hoje, mercado, almoço,
olimpíadas, descanso e uma reflexão: apesar de nascer em uma família peregrina
– não só este é o primeiro nome da minha mãe, como aos dez anos saiamos de
Buenos Aires para Balsas, no interior do Maranhão – noventa por cento de todas
as viagens que fiz na vida (e foram muitas) foi o teatro que me
proporcionou, ponto para o teatro. Amanhã, montagem, apresentação, debate e
desmontagem.
Curitiba, 10 de agosto, 06:54 AM.
Dia corrido. Montagem um
pouco mais complicada e demorada do que o previsto, compensada com uma apresentação
redonda. Longo debate para temas curiosos: perfil dos idosos de hoje; corte e
costura; referências a Tempo de Espera. Comentários
sobre a montagem de Aldo são recorrentes, trazendo um alerta: se a única
referência maranhense continua sendo a de quarenta anos atrás, não deveríamos
fazer uma avalição sobre a qualidade da nossa produção? Depois da desmontagem,
o melhor do dia, Eisbein e Sub Osborne (joelho de porco, chucrute, salsicha e
Chopp). Agora, no aeroporto, com pouquíssimas horas de sono, esperamos o voo
para Sampa.
São Paulo, 11 de agosto, 00:16 AM.
Nada é tão ruim que não
possa piorar. Dia confuso, com cancelamento de voo, atrasos, sono, longa espera
por taxis e uma montagem mais complicada do que a anterior. Como hoje não teve
espetáculo, o dia caótico prenuncia um excelente dia amanhã, quando da primeira
apresentação de Pai & Filho no SESC Pinheiros. Dia salvo por um Zepelim – agradável
pub na Vila Madalena. Vou dormir.
São Paulo, 12 de agosto,
14:09 PM.
E o excelente dia veio.
Uma apresentação contundente em um espaço que favoreceu o desgaste e o
envelhecimento da cena. Antes, uma passada no Mercado Municipal (tradicionais sanduiche
de mortadela e bolinho de bacalhau), depois, o encontro com os queridos amigos
d’A Outra – bom papo para matar a saudades. Hoje tem mais, última apresentação
em São Paulo e, amanhã, BH. Notícias sobre o fim da jornada ficam para depois,
porque hoje é meu dia de postar.