quinta-feira, 17 de julho de 2014

Um homem cheio de novidades


E aí, quais as novidades? - Sou um homem sem novidades. Meus dias se repetem, respondo.

Tudo muda. Hoje, sou um homem com novidades. Aliás, este ano está se mostrando assim. A sensação de "pela primeira vez" está recorrente: sede nova, reapresentação de Pai & Filho em São Luís depois de longos anos, manutenção de repertório (desde a década de 80 que não sentia mais esse frisson), escassez de recursos para sobrevivência, solidões noturnas.


Há uma certa ideia de reinvenção em tudo isso. Ocupar o espaço urbano e espetáculo-solo, por exemplo, não reforçam ineditismos, mas estabelecem relações com a recuperação de ações passadas, como se o fato fosse negar a necessidade da novidade. Aliás, o que é novo? Talvez a novidade se estabeleça no acréscimo do tempo, em que o simples fato de estar se estabelece enquanto novo. Tudo que olhamos é novo, experienciamos, tocamos. É que nunca fora olhado, experienciado, tocado, com o acúmulo de informações que somos bombardeados a cada instante. 


Dessa forma, consolido-me como um homem de novidades. Tudo é novo enquanto envelheço. Este ano ainda promete mais, como os que virão: Pequena Companhia de Novidades.