sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entressafra

Sinto-me assim, esperando o tempo passar, as coisas se resolverem por conta própria, as folhas já amareladas, a árvore seca, o corpo gordo e flácido pela ausência de atividade física, os neurônios inativos. Dois projetos por elaborar, 1 + 1 por executar, 1/2 de um por concluir, roupas sujas e amarrotadas, cama sem ninguém ao lado. 
Atores sempre são trágicos - e a vida é dulcíssima. O desejo de avançar sempre, de ocupar a mente e o corpo, de exigir a vida como se esgotasse o sentido, mero sentido de ser. A ausência do relógio não despreza o tempo, nem cauteriza a ferida. A ansiedade tombou o bonde, a história escrita, o ar inalado. Tudo é motivo para não se dizer preguiçoso e desmascarar a inutilidade da vida. 

Engrenagens, roldanas, cabos. 

Zzzzzzzzzz.

Nenhum comentário: