sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Definitivamente não é definitivo

Quando estamos um pouco distantes, reencontramo-nos para o que chamamos de manutenção do espetáculo. Ensaios, treinamento. Nossa experiência diz que de 1 a 2 semanas são suficientes para refrescar a memória, redefinir algumas marcações, corrigir outras, dilatar a musculatura, estar pronto para as apresentações que se mostram.

Nessa última viagem, entre Timon e Teresina, experimentamos apresentações em ritmo de ensaios: de segunda a sexta foram seis, sendo que no último dia uma seguida da outra. 
Algumas marcas foram alteradas, percepções de energias diferentes, conflitos reforçados. Tudo ali, como se fossem ensaios. Pego-me a pensar no que comumente acreditamos e verbalizamos que é: a partir da estreia outro espetáculo se forma e a cada apresentação, um novo se faz. Quando nos sentirmos satisfeitos, devemos desistir dele. 
Fica mais fácil compreender a dinâmica do ator nessas condições, como os humores se alteram e como/quando isso interfere na relação com o outro ser, com a outra personagem; que circunstâncias levam-nos a determinados fluxos de energia e não a outros. Nesse turbilhão de ocorrências, as postagens se tornam mais vívidas, mais precisas acerca do fazer. Títulos dizem o que foi feito; ação ocorre e pronto. Somos gente de teatro. Viver na ação é respirar cotidianamente o encontro com o outro.

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