O ano mal
começava e a reforma da não sonhada sede – não tão precisa nem tão grande –
intoxicava meu juízo com palavras como empreita, cimento, cal e a nova
realidade que esse fato apresentaria ao nosso coletivo. Toda mudança é uma
mudança. Mudamos. Estávamos no final de março e o dia 1° de abril se avizinhava
com a promessa do início do processo de montagem de Velhos caem do céu como
canivetes. Toda promessa é uma mentira enquanto o pagamento não a confirme. No
dia da mentira, iniciávamos os ensaios. Promessa salvaguardada por um fato: a
Pequena Companhia de Teatro não dependia mais de locar espaços para ensaios e
apresentações. A montagem fora o principal desafio do ano e absorvera nossas
maiores energias. Pessoalmente, credito a esta montagem nosso maior desafio
criativo. Estreava em outubro, depois de seis meses de preparação. São Luís,
Caxias, Balsas, Fortaleza dos Nogueiras e Imperatriz formaram o circuito da
temporada de estreia estadual, com catorze apresentações e generosas críticas.
Felizes por propiciarmos um espaço para a reflexão, avalio que acentuamos nossa
condição de agente provocador no cenário artístico regional. Enquanto isso, Pai
& Filho alargava sua trajetória circulando pelo interior de São Paulo,
garças ao projeto Viagem Teatral, do SESI. A oportunidade de estar um dia no
interior de São Paulo, com Pai & Filho, e outro no interior do Maranhão,
com Velhos caem do céu como canivetes, aguçou a nossa percepção quanto à
condição de miséria plena que assola nosso estado. Toda experiência artística é
uma experiência de vida, e vivemos menos quando nos escondemos dentro do nosso gueto.
Para mal ou para bem, o teatro é a nossa âncora e a nossa seta. O oxigênio
sempre necessário veio com a participação no projeto Troca-troca no Nordeste,
experiência de intercambio entre coletivos, promovido pela querida e parceira A
Outra Companhia de Teatro, e a participação no 8° FENTEPIRA, na 8ª Aldeia SESC
Guajajara de Artes e na Semana de Artes de Balsas. Um 2013 já agônico ainda
guardaria uma surpresa: o resultado do Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz
nos contemplava com a possibilidade de manter nosso projeto de ocupação da sede
para 2014, com o projeto Teatralidades. Temporadas do repertório, oficinas,
fóruns e leituras dramáticas serão algumas das atividades oferecidas gratuitamente
no ano que vem. Quando tudo parecia no fim, eis que o fim chega. A Pequena Companhia de Teatro encerrava o ano
com Velhos caem do céu como canivetes sendo o principal destaque no V Prêmio
SATED-MA de Artes Cênica, com os prêmios de Melhor Ator (Jorge Choairy), Melhor
Direção e Melhor Espetáculo. Melhor impossível. Um 2013 para não esquecer.
Claro que esqueço de muita coisa. É para isso que escrevo. Para realçar a
falta.
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4 comentários:
Parabéns! Podemos ver o suor destas realizações e aprender lições para construir os caminhos do teatro maranhense! Sucesso sempre!
Vou fugir de tudo pra lhe dizer que você é muito importante.Obrigada por me deixar ser sua amiga.Parabéns meu grande amigo.A saudade é muita mais no dia que der certo vou encontra aonde estiver.Felicidades mil pra você.
Eu mandei o email mas veja só no local do endereço do amigo coloquei o meu veja só, doidinha eu, rsrrsrsrsrs. Então agora de vera:
VIDA LONGA A PEQUENA COMPANHIA DE TEATRO! PARABÉNS, É UMA RETROSPECTIVA MARAVILHOSA. SAUDADE COM XERIM DE MANJERICÃO. FELIZ! MUITO FELIZ! MAS, ARRASADA POR SABER QUE NÃO VEIO NOS VISITAR PORQUE ESTAVA COM PREGUIÇA QUERIDO PROFESSOR, SNIF, SNIF. DEIXA ELA DE LADO E VENHA COMEÇAR ESSE NOVO ANO JUNTO COM A GENTE, AMO MUITO E MAIS UMA VEZ PARABÉNS POR SER ASSIM, SIMPLESMENTE ASSIM SEM TIRAR NEM POR, UM RECHEIO INCONFUNDÍVEL. UM BRINDE A VOCÊ EM ESPECIAL, A KÁTIA, MORGANA, CLÁUDIO, JORGE, GILBERTO E DEMAIS AMIGOS.
Obrigadooooooooo!!!
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