quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Uma observação


Releio um livro por necessidade. Gosto de livros técnicos. Reassisto a um filme porque alguns me emocionam (o cinema como um todo). Revejo espetáculos teatrais por dois motivos: um deles é assisti-los até compreendê-los. O outro, é se o espaço em que eles são mostrados se altera: caixa cênica, espaço alternativo, rua. Isso, obviamente, quando tenho essa possibilidade.

Nestes dias consegui reassistir a dois espetáculo em São Luís. Um deles por ambos os motivos; o outro, somente por um. Fui surpreendido pelo óbvio: se comparadas, as apresentações, dos mesmos espetáculos, são diferentes.

Recuperei o que Marcelo F. sempre fala nos debates da Pequena Companhia: apresentamos o mesmo espetáculo em qualquer lugar que a gente possa ir. Iluminação, partitura corporal e vocal, cenografia, maquiagem... rigor.

Quando isso não ocorre, a apresentação fica comprometida. Todo o trabalho que a montagem exigiu com o objetivo do público compreender e decodificar os signos, fica nebuloso. 

Recupero aqui o nível de exigência e comprometimento que temos com a nossa arte: Temos a obrigação de assumir um pretenso profissionalismo e apresentar em qualquer espaço inadequado ou com o mesmo espírito só nos apresentarmos em condições adequadas para a fruição de nossa obra?

Como espectador, quero ver e compreender aquilo para o qual a arte fora elaborada. Como artista, quero que meu trabalho seja respeitado.

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