sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O que vem de fora

Original Photo by Eduardo Segura

Antagônicos, diferentemente do realismo, busca a construção das personagens a partir do que está fora do ator. A organicidade está em distanciar-se de si, dos seus vícios e do psicologismo que é evocado com a identificação do ator com a personagem, por exemplo. Estive refletindo isso ontem a partir de uma leitura de Jacques Lecoq e percebo que algumas inquietações têm eco em muita coisa que desconhecemos. A primeira delas é que a máxima "a gente só fala do que tem em excesso" pode ser surpreendentemente o contrário: "a gente fala do que falta". Nosso teatro é da falta, do que é exterior a nós. Todo o referencial para a construção das personagens está fora de nós, de atividades puramente físicas que nos fazem estar em um estágio de composição que não só cerebral ou o da busca de referências vivenciadas, experienciadas por nós. É mais concreto, mais objetivo, mais presente, mais vivo,  mais verdadeiro, mais autêntico. Se no teatro vivemos o que não somos, nada mais justo.

Um comentário:

José María Souza Costa disse...

Muito bom o seu blog. Belissimo,bem estruturado, vim lhe convidar a visitar o meu, e se possivel seguirmos juntos por eles Estarei grato lhe aguardando aqui
http://josemariacostaescreveu.blogspot.com