sexta-feira, 30 de julho de 2010

É bom ter amigos


Eles acompanham nossa jornada desde sempre, quer na escola, na vizinhança do bairro, em nossa profissão. Estão sempre presentes. No teatro, quando nos assistem, dão suporte para compreendermos melhor o nosso fazer, apontam as incorreções na performatividade. São sempre generosos e gostam de nós. Quando a distância existe, i. e., as apresentações são em outros locais, distantes deles, fico meio que desprotegido. Assim, coloco sempre uma armadura - espécie de couraça ou segunda pele - para tentar me preservar. Com isso, sentem-me arrogante e falastrão, principalmente nos debates. Apresentar para estranhos traz um distanciamento que não gosto muito. É que teimo em querer carregar comigo todas as pessoas que conheço. Assim, como farão parte da minha vida aqueles que me observam em cena, mas não tenho intimidade com eles? Talvez seja por isso que estou sendo favorável aos debates como rotina das apresentações da Pequena Companhia de Teatro. Lembro-me de desconhecidos que me forçaram à exposição escrachada das vísceras. Sinto falta dos meus. A dor profunda não se instala. Alguém tem que morrer.

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