Teatro é a arte do encontro. Repito algumas frases
periodicamente. Essa é uma delas. Há um reforço na crença de algumas assertivas,
e quanto mais as repetimos, mais elas se reverenciam àquilo que se mostra.
O percurso feito de carro até aqui em Sousa me fez recordar
as inúmeras vezes que fui à microrregião do Cariri (Ceará). Pessoas que
conheci, palcos em que me apresentei. O sotaque não é muito forte por essas
bandas se compararmos ao existente em Jampa, mas retornar ao estado da Paraíba
é recuperar a lembrança de uma parte da minha vida, em que eu, estudando
especialização na UFPB, desisti para fazer teatro em São Paulo, com o finado Antonio
Abujamra.
Revisito meu corpo e as situações das personagens que
represento, permanentemente, a cada apresentação. Por um lado, há o eterno
retorno. Por outro, o devir. Essa temporalidade cria um espaço outro de análise
entre o ficar e o partir. Antes de qualquer coisa, o teatro me aproxima dos
meus encantamentos e das interrupções e fechamentos de ciclos, os amores e
dissabores do sexo e da distância de um outro que me espera. O retorno é certo,
sempre, independente do traçado escolhido.
No corpo, os ancestrais. Na bagagem, a roupa
encoberta pelos encontros e cansaços. Voltar a fazer teatro é perceber-me ainda
vivo, ainda sóbrio, ainda são.
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