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Plateia em Balsas |
A proposta de
interiorização das ações da Pequena Companhia de Teatro no estado do Maranhão
existe desde sua origem, e sempre representou um posicionamento político. De
2005 para cá, O Acompanhamento, Entre Laços, Pai & Filho, Velhos caem do
céu como canivetes, e ainda, Medéia e Deus Danado – espetáculos da eterna
parceira, Cia A Máscara de Teatro –, tiveram passagem por cidades do interior,
assim como oficinas, performances literárias, lançamento de livros,
participação em fóruns, palestras, debates, organização de mostras de teatro; tudo com a convicção de estar
contribuindo de alguma maneira para o desenvolvimento sociopolítico-cultural do
estado mais pobre da federação brasileira, e sensibilizando o poder publico
municipal para a importância dessas ações. Balsas, Imperatriz, Bacabal, Caxias,
Santa Inês, Riachão, São José de Ribamar, Timon, São Bento, Fortaleza dos Nogueiras,
Itapecuru-mirim. Mais de cinquenta apresentações de espetáculos, todas
gratuitas (não podemos pretender que comunidades que não te acesso a teatro
tenham a sensibilidade e predisposição de pagar por ele nas pouquíssimas vezes
em que a oportunidade aparece), e seus respectivos debates. e, em todos, o
reconhecimento e a cobrança dos espectadores quanto à importância dessas
iniciativas.
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Oficina em Caxias |
Nessa trajetória conseguimos
sensibilizar o poder publico municipal? Não. Todos os projetos de circulação
realizados pela Pequena Companhia de Teatro foram patrocinados pelo Governo
Federal ou pelo SESC, com o apoio cultural local de pizzarias, amigos,
universidades, parentes, colégios, restaurantes, ou a intervenção de amigos-secretários
de cultura/presidentes de fundações. Nas poucas ocasiões em que as prefeituras
se sensibilizaram com nossas ações, o apoio cultural se restringiu a uma
hospedagem aqui, uma refeição acolá, mas jamais qualquer prefeitura maranhense
desembolsou um centavo com qualquer despesa mais significativa. Depois de oito
anos de ações ininterruptas, nunca recebemos por parte de nenhuma prefeitura o
convite espontâneo para a realização de algum tipo de atividade cultural que demandasse
do município o desembolso de recursos para pagamento de cachê, transporte de
cenário e equipe, compra de livros etc. – nosso último projeto já distribuiu gratuitamente
mais de cinquenta livros. O que sim vimos foi o quanto as prefeituras buscam
capitalizar politicamente nossas ações. Nosso único retorno vem sempre do
público. Nos depoimentos constantes, cortantes e emocionados dos espectadores
que reforçam a importância dessas ações. Será suficiente? Com um
diagnóstico desses fica muito difícil convencer os pares quanto à efetiva necessidade da interiorização, porque o reconhecimento merecido vem de quem
frui, mas nunca vem de quem deveria ajudar a pagar a conta com políticas
públicas culturais efetivas que desvinculassem suas ações do óbvio e árido calendário
carnaval-São João-verão-pátria-natal-férias. Sou do interior do estado. Depois
de vinte e tantos anos de labuta, nada mudou. O público merece nosso esforço,
só não sei se a ranhetice da velhice que se assoma respeitará nossa vontade.
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Debate em Fortaleza dos Nogueiras |
Um comentário:
Odorico Paraguaçu alugaria uma frota de ônibus e mandaria seu povo vir assistir suas peças na capital. Livre por um tempo do povo e por tabela da ranhetice/velhice e artistices dessa gente de teatro.
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