Li, dia desses, uma matéria que tratava sobre um bate-boca na plateia de uma apresentação teatral do Marco Nanini. Noutro, vi uma tratando acerca de celulares atendidos em plateias de teatro.
Ator não é mentiroso e as pessoas confundem. Manifestação artística é uma coisa. Vida real é outra. Lembro-me de dois casos, sendo que um eu presenciei e outro ouvi dizer: dois atores pararam o espetáculo. Um deles desistiu da apresentação não se sentindo capaz de continuar. O outro, para calar a boca dos que insistentemente atrapalhavam a cena.
Na Pequena Companhia de Teatro já tivemos duas situações em que o corpo reagiu às demandas da cena: em Pai & Filho, a porta caiu sobre mim por causa da ruptura parcial dos ligamentos do joelho direito no aquecimento (o diagnóstico só veio posteriormente), e a perfuração da membrana que protege o tímpano da orelha esquerda de Jorge C. em Velhos Caem do Céu como Canivetes.
A partir dessa última, eu e Jorge C. começamos a brincar o que faria com que a gente interrompesse a apresentação, o que seria profissional ou suicídio diante de determinadas situações, como por exemplo, jogarem um tomate sobre nossas cabeças, falta de energia elétrica...
Esse limite não é determinado pelos cânones. Assim, imagino que o ator seja sacrificado por tomar a iniciativa da contenda entre o planejado e o imprevisto. Depois, vira história.
Um comentário:
Hã?
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