sábado, 21 de julho de 2012

São Luís não é Paris

Trôpego, torto e tonto.
Queria ter o entusiasmo de um Quaderna. Esforço-me. Busco no íntimo o alento para continuar insistindo, porém, às vezes, Sucupira me vence. Por que insistir, em um estado muito mais ignorante e miserável do que o de vinte anos atrás, quando iniciei minhas primeiras batalhas? Por que resistir, se a resistência exige um exercício aeróbico e a desistência tem o doce sabor da inércia? Sou um artista comprometido. Sempre fui. Por esse predicado acusam-me de ter nascido velho. Olho para o passado e vejo que velho fui. Sou. Se a luta fosse o elixir da vida eu rejuvenesceria a cada derrota e deixaria de ser um cavaleiro quixotesco, robustecendo minhas forças a cada tropeço, erguendo-me púbere para seguir em frente construindo realidades. Isso não acontece. Os moinhos continuam tão poderosos e intransponíveis quanto nunca, e o empenho não garante a última vitória. Trôpego, entre cascalhos, cascudos e cambas, arando vou. Obtuso, de novo? Faço teatro no Maranhão.

4 comentários:

Anônimo disse...

Siga firme, Marcelo. A batalha nunca foi mesmo fácil, nem no Maranhão nem fora daí. Avante e pra frente. Uma Pequena Companhia pode fazer grande diferença, sim. É que às vezes a gente não vê. Abraço do Kil.

TonySilvaAtriz disse...

Pois diga.Voce faz no Maranhão imagine em Mossoró.Os artistas de Mossoró estão em pé de guerra com o poder público,Municipio,Estado e País.Eu como não sou artista continuou na mesma pois não acredito nos que fizeram o levante.Deixemos de conversa estou com muita saudades.Beijos a todos.

Igor Café disse...

A tendência do cavaleiro Quixotesco é se frustrar ao se deparar com o mundo do qual é diacrônico, ou morrer louco no mundo que visiona. Dos dois modos, o golpe que a vida dá é fatal! Pr'os que nascem velhos, encarar a realidade tem duas consequências: o lutador de boxe que aos poucos vai cabaleando com porradas que a vida distribúi, ou a imagem da piranha que, quanto mais apanha, mais pede para apanhar e, por incrível que pareça, mais parece bonita enquanto piranha que é.
A quintessência do artísta do maranhão talvez não esteja na maneira como ele reage a cada agreção, mas a maneira como ele apreende a gemer e, aí sim, ser escutado, lá fora, depois aqui.

Luciana Duarte disse...

Pra que mais entusiasmo? Ô besteira! Tudo lhe escorre de forma tão natural e apaixonante, que gostaria de esta tropega, torta e tonta, assim feito você. rsrsrsrsrsrs Beijo querido e amado professor