quinta-feira, 12 de julho de 2012

Público e privado

Acredito que o Estado tenha suas obrigações com a sociedade, com o trato e financiamento de questões que para mim são públicas, como a educação, as artes, a saúde, o transporte, a habitação. Na prática, meu trabalho é subsidiado pelo Estado e isso gera manifestações artísticas que são democratizadas através de apresentações gratuitas à comunidade. Contrário a isso está a iniciativa privada. Ainda tenho muitas ressalvas. Minha única experiência se resume ao Sesc, na perspectiva do Palco Giratório. Tenho outras experiências com recursos próprios, o que facilita a produção. Não há reservas quanto a isso. Existirá sempre um dilema nessa participação: até que ponto queremos ser orientados pelo Estado, por nossos próprios bolsos, ideias e vontades ou pela visão do capital? Nessas condições está o artista, sua criatividade e seu estômago. Qual é o ponto? Qual é a medida? Em crise, penso nas possibilidades da produção para por fim a projetos que começam a criar corpo em mim. Meu medo é que eles apodreçam em consonância com minha ideologia.

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