domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oficina

Dou oficinas desde 1990. Puro atrevimento. A primeira concluiu com o espetáculo Tropicanalha, uma divertida experiência em terras balsenses. De lá pra cá, me aventurei por várias práticas, laboratórios, tentativas e vertentes. Hoje, uma das oficinas que a pequena oferece é a que demonstra nossa “metodologia” de construção.

A experiência de ministrar a oficina “O Quadro de Antagônicos como instrumento de treinamento para o ator” em 12 cidades do norte e nordeste do país foi instigante e nos auxiliou a perceber como as pessoas compreendem o nosso processo. Fazendo uma avaliação geral, pese ao desnivelamento entre os participantes de algumas turmas, uma gama significativa de pessoas demonstrou claro entendimento do nosso "sistema", dialogando, discutindo e encontrando referenciais para que a troca fosse o mais fértil possível. Turmas como as de Teresina e Natal buscaram além do conteúdo das três jornadas que compunha o treinamento, e procuraram aprofundar o entendimento em diálogos informais ou nos debates – onde a prática experimentada na oficina se contrapunha aos resultados atingidos em Pai & Filho.

A satisfação que sinto aponta para o objetivo do exercício. Não nos interessa estabelecer nosso fazer como método, sistema ou algo a ser seguido. É apenas o nosso jeito de fazer. A forma como fomos construindo o nosso dizer no decorrer dos anos. O principal objetivo é democratizar esse caminho para que as pessoas conheçam. Quantas vezes vi um espetáculo e fiquei morrendo de vontade de saber como eles conseguiram aquilo? Aquele prazer de ir além da observação e conhecer os meandros da construção. Por isso insistimos nos debates e nas oficinas, para que os mais curiosos encontrem um espaço para poder dialogar. Não podemos obrigar os outros a nos mostrar como fazem, mas podemos mostrar para os outros como fazemos.

6 comentários:

Hamilton disse...

hummmm... vem cá, e quer dizer que alguém da platéia pode se candidatar a fruir o espetáculo por dentro do mecanismo da criação, curtir o método? ou seja, como espectador, eu posso vivenciar uma oficina da Pequena? beleza, se puder eu quero.

Luciana Duarte disse...

Oficinas se as temos economizamos (nem sempre, não é querido professor?)se economizamos não nos permitimos reiventar, queimar a ponto de deixar de existir. Sinto muita saudade! O que me tira do estado sorumbático (rsrsrsrs)é você. Saudações a todos!

Marcelo Flecha disse...

Vamos nos ver em breve!

Roquildes Junior disse...

É uma maravilhosa experiência fazer a oficina e ver o espetáculo. É revelador, além de ser uma mostra de generosidade dividir o processo, oportunizar o acesso. Tive o prazer desta experiência e foi algo extraordinário, digno de gratidão a "pequena". Muito grato por isso, amigos! Saudades! Bjo grande!

Meireane disse...

Que bom que vocês são abertos, gostei muito do espetáculo PAI & FILHO e "fiquei morrendo de vontade de saber como vocês conseguiram aquilo", rsrs.
Tenho interesse em realizar a oficina, vocês ministram no MA ou só quando recebem convites?

Marcelo Flecha disse...

Cara Meireane, a ideia é estabelecer atividades de formação contínuas em SLZ em breve, você será avisada e obrigado pelos generosos comentários.