quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O teatro que se pretende teatro

Uma velha discussão, um novo (sic) teatro, um ser humano (humano?) que se apresenta em vísceras, em músculos, em ossos, em energia, em tudo-o-que-se-possa-presentificar-um-estado-de-representação-e-de-ser. É assim que me sinto com minha arte, com minha vida (há alguma diferença na idealização de ambos?). Quando pego um texto dramático ou pós-dramático (risos), tento observar em quais aspectos meus dizeres se encaixam. Eles nunca se encaixam (ao menos não deveriam), pois o aspecto representativo é como pedra-de-toque: necessário estar atento às armadilhas do texto literário. Será?

É falso querer desvencilhar-se delas (das armadilhas). Teatro é conflituoso ao extremo. Estamos sempre à beira do abismo esperando sucumbir. É assim que o teatro, enquanto arte, imita a vida: em sua brevidade, em seu instante mágico e completo na sua incompletude.

Ouço as batidas de Molière. Ou seria a campainha, avisando que alguém está à porta? E assim, a crise do teatro atoral se confunde com a desorientação de um homem.

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