As impressões que tenho do fazer teatral repercutem na minha vida fora do palco. Nem sei as motivações de distanciar um do outro, ou aglutiná-los. As personagens não interferem, não é isso, pois não sou louco - não a esse ponto da esquizofrenia -, mas há uma inquietação na busca de um aperfeiçoamento do humano no ator tal qual o ator para com a sua personagem.
E se eu fosse médico, jornalista? Não é do ser. Posso deixar de atuar, distanciar-me do teatro, mas o que se construiu permanecerá.
Pai & Filho marca algumas questões na minha vida - não acredito muito em divisor de águas; não sou tão católico assim. A relação com um grupo, com seus humores, (dis)sabores; uma exigência de rotinas e horários; atividades físicas para prontidão corporal - estou fazendo musculação pela manhã e natação no final da tarde/início da noite; e agora, circular pelo Brasil. Nunca fiz isso, só pontuadamente com "O segredo do labirinto" e "A casa dos velhos". Essa circulação aponta para a maturidade e profissionalização do fazer e uma carga de desejo de mostrar ao mundo o que temos a dizer. Talvez aí resida minha crise.
Um comentário:
Esta tudo no trabalho!
Esta tudo no corpo!
na respiração de vocês!
O trabalho só revela
todas as crises
todas as rugas.
O tempo não apaga nada
só revela.
E as vezes não é preciso dizer nada.
As marcas estão.
e aqui me calo.
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