segunda-feira, 15 de março de 2010

Diário de montagem

“ (...) Acho que a ressonância deve ser produto da experimentação física. O ator deve perceber quais as influências que cada antagônico provoca no fluxo do ar e na projeção do som a partir da estrutura física particular que cada antagônico possui (...) Acho que qualquer caminho que não este (sempre e quando estejamos falando da aplicação do quadro de antagônicos) será uma tentativa de encurtar caminhos (...) e provocará a quebra da organicidade, gerando estereótipos e clichês de estranheza gratuita que não se justifica por si só, se essa estranheza estiver deslocada do corpo vivo que a solicita.” Slz, 18/02/10

“ (...) Acho que o que se busca no treinamento e na construção de uma personagem é um estado energético que se sustente até o fim, reverberando em todas as ações e dizeres (...) Se isso não ocorre, tudo vira marca independentemente da técnica utilizada, tornando a personagem burocrática. Essa busca deve se despertar no ator, identificando esse estado a partir da percepção cinestésica (...) Acho que esse estado pode ser fisicamente conseguido e possivelmente codificado. Não me refiro a um “estado de espírito” até porque sou ateu, mas a um estado de consciência cênica produto de um ator pleno. Acho que codificar esse caminho é o que todo método busca.”Slz, 23/02/10

“ (...) Acho que devo dedicar maior energia à preparação. Ser mais exigente no rito de chegada, alongamento e aquecimento para que os atores cheguem com melhor energia para o trabalho experimental. Um deslize nessa preparação e as coisas ficam um pouco fora do eixo (...) Acho que o resultado depende da minha energia no período de ensaio (...) Nesta etapa final, devo administrar bem minhas atividades, horários, desgaste e sono para não comprometer meu rendimento na sala de ensaio.” Slz, 08/03/10.

Como se vê/lê, o estado teatral é de dúvidas, incertezas, inseguranças e incompreensões, ou seja, estado de dor permanente. Durma com um processo desses.

Nenhum comentário: