terça-feira, 24 de agosto de 2010

A desgraça de ter espírito


Ontem, à mesa do jantar, Marcelo F. e eu. Ao lado, o elenco de "Por que a criança cozinha na polenta?", da Cia. Mugunzá, de São Paulo. Nós, compenetrados, falando sobre as incorreções da vida e da estrada, os projetos, as agruras. Eles, eufóricos, felizes por terem se apresentado. Marcelo F. compara a felicidade deles com a nossa após as apresentações. Assim, reflito:

Somos todo energia. Ela se modula. Determinados espetáculo necessitam de um tipo de energia. Outros, de outras. Ao término das apresentações, a energia vai se modulando. Minha reflexão, minha crítica e análise, começa após os aplausos. Fazer teatro sério (sic) requer sisudez (sic)? A parte humana que me sobra, que me cabe, é reflexiva, sempre. O riso embota minha reflexão. Meu clown adormece em berço de bambu. Ele não sorri. Só se mostra. A parte espírito encontra-se em algum lugar por detrás das coxias.

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