Aposto que você não sabia que a Pequena
Companhia de Teatro, direta ou indiretamente, esteve presente nas nove edições
da Semana do Teatro no Maranhão? Nem eu, até parar para pensar no assunto,
depois de recusar um convite que me foi feito.
Criamos a Pequena Companhia de Teatro um
ano antes do surgimento da mostra maranhense, e de lá para cá, vimos mantendo
um diálogo fluido com o evento, diversificando nossa participação ora com
espetáculos, ora com palestras, música, oficinas, encontros, e percebo que nossas
histórias se confundem, assim como se confundem com as histórias dos poucos que
se mantiveram fazendo teatro durante a última década.
Tentando fazer memória, e já sabendo que
vou me equivocar, suprimir, inverter, trocar ou delirar, segue uma possível
sequência da nossa participação, esperando que o leitor mais atento me ajude a corrigi-la
através de comentários aqui no blog:
I (2006) – “O acompanhamento”, de Carlos
Gorostiza, espetáculo da Pequena Companhia de Teatro, estreado em 2005.
II (2007) – “O segredo do labirinto”, de
Lio Ribeiro, espetáculo-solo com Cláudio Marconcine, e “Memórias de um
mau-caráter”, de Marcelo Flecha, monólogo com César Boaes e direção de Urias de
Oliveira.
III (2008) – “Deus danado”, de João Denys,
espetáculo da Cia. A Máscara de Teatro, dirigido por Marcelo Flecha.
IV (2009) – "Interstício", de Márcio Gledson, Cláudio Marconcine e Rummenigge Medeiros, espetáculo-solo com Cláudio Marconcine, e festa de confraternização,
com o DJ Jorge Choairy.
V (2010) – “Entre laços”, de Gilberto
Freire de Santana, espetáculo da Pequena Companhia de Teatro, estreado em 2009.
VI (2011) – “Pai & Filho”, de
Marcelo Flecha, espetáculo da Pequena Companhia de Teatro, estreado em 2010.
VII (2012) – Mesa de debate “Dramaturgia
Maranhense – Desafios da publicação”, com Marcelo Flecha.
VIII (2013) – “O Quadro de Antagônicos
como instrumento de treinamento para o ator”, oficina da Pequena Companhia de
Teatro.
IX (2014) – “Velhos caem do céu como
canivetes”, de Marcelo Flecha, espetáculo da Pequena Companhia de Teatro,
estreado em 2013.
Dessa década de encontros e desencontros
só guardo uma única magoazinha. Minha montagem de Medeia, com a Cia. A Máscara,
de Mossoró, foi preteria em uma dessa edições, e a única cidade maranhense que
teve a possiblidade de ver o espetáculo foi Imperatriz. Uma pena, pois meu pai
dizia que era muito boa.
Durante esses dez anos venho
acompanhando os caminhos e descaminhos da mostra. Passaram governos, comissões,
protestos, patrocinadores, gestores, formatos, mas nós não. Estamos aqui,
fazendo teatro. Não fosse isso, a mostra mostraria o quê?
A semana sobreviveu graças ao seu
principal sustentáculo que alicerça qualquer festival, mostra ou encontro
teatral: o trabalho ininterrupto dos poucos fazedores de teatro que existem no
Maranhão. Quantos ficaram pelo caminho? Quantos novos gênios nasceram e
morreram de uma mostra para outra? Quantos venderam seu sonho por patacas? Onde
você estava em 2006, em 1996, em 1986?
Agora a Semana chega a uma dezena de
edições, após sérios riscos. Andou trôpega, cambaleante, mas hoje se firma com data,
edital e orçamento. Ao governo que dá os
primeiros passos na construção de um estado melhor para todos, sugiro não
perder de vista o barro que constrói o evento, pois sei que a Pequena Companhia
de Teatro sobreviveria sem a Semana do Teatro no Maranhão, só não sei se a Semana
sobreviveria sem grupos de teatro.
Medeia, um fragmento |
5 comentários:
Canto da solidão, de Lio Ribeiro, 2009. Espetáculo-solo de Cláudio Marconcine.
Minto, foi Interstício. Vou ver o ano.
Interstício, de Márcio Gledson, Cláudio Marconcine e Rummenigge Medeiros, com Cláudio Marconcine, IV Semana (2009).
O que aconteceu Flecha? Muitas entrelinhas!
Nada de muito sério. Apenas a posição de um dos atuantes que fizeram esses dez anos de semana acontecer...
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