A montagem de Velhos Caem do Céu como Canivetes está no seu 39° ensaio. Minha ausência do blog nada tem a ver com
isso, ao contrário, queria estar postando desde o primeiro dia, porém, a Oi,
empresa responsável pela transferência do antigo telefone/internet para a nova
sede/residência, precisou de dois meses e dez dias para efetuar uma simples mudança
de endereço. Paciência. Na vossa ausência – são vossas vozes que habitam meu
imaginário enquanto escrevo cada postagem – gozei mais que sofri. Um novo
espetáculo oxigena o velho artista. As dores trazidas pela montagem nunca machucam a alma, apenas chamuscam o corpo. Estar em processo é
sentir-se útil, porque o que fazemos transgride a pretensa inutilidade da arte.
A montagem caminha a passos largos e serenos, diferentemente de outros
processos, quando a dependência de espaços alugados para ensaios e
apresentações destoava do tempo demandado pela cena. Agora, com casa própria,
tudo funciona melhor mesmo quando não funciona. Uma engrenagem azeitada que
contempla a prática na sala de ensaio, a teoria no espaço de vivências, a
construção no atelier, os testes no palco, a produção no escritório. Tudo ao
mesmo tempo e no mesmo espaço, como se entrássemos na Fita de Moebius, em
movimento infinito, até envelhecermos, decrépitos e unidos por um abraço de
celebração que revelará um amontoado de ossos fragilizados. Velhos, aplicando o
Quadro de A(nta)gônicos, esperando o fim. Ilusão? Delírio? Sonhar não custa
nada. Só custa para aquele que ouve ou lê o sonho.
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6 comentários:
saudade. sonhei contigo, oferecendo pipoca para um bando de gente. bjo
(Risos, risos e mais risos)Pérolas aos porcos e pipoca aos parcos!
Processo intenso e belo! Ansioso pela nova produção e conhecer o espaço da cia!
Valeu, Rodrigo! Aguardamos você!
Ora, pipocas. Pizza!
E viva o espaço que é muitos lugares ao mesmo tempo!
Falta a sua visita, Hamilton!
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