Jornada de tiro curto. Três dias fora,
e já estamos de volta. Mais tempo viajando que aproveitando a acolhedora capital
rondoniense. Muitos realces para poucos dias. O Teatro 1, do SESC Esplanada, uma
espécie de sala multiuso que comporta duzentas e cinquenta pessoas, foi generoso e abrigou em todas as escadas, no mínimo, outros quarenta espectadores. O Palco Giratório nos oferece a experiência
de casas lotadas, um perigo para quem deverá se readaptar às nossas fiéis plateias
de quinze ou vinte pessoas (risos) – Pai & Filho vem aí
com temporada regular em São Luís. Um público entusiasmado e franco. Assim como no Teatro Laura Alvim, no Rio, riram muito (?). Reações curiosas, que variam de plateia para
plateia, apresentando uma oscilação assustadora. Inevitável refletir sobre a
possibilidade de o espetáculo variar tanto quanto as plateias. Não percebo
assim, mas estou atento. A apresentação foi sólida, desfrutada, e revelou
alguns nuances no conflito/jogo/duelo entre as personagens que até então não
haviam aparecido, auxiliando na robustez da cena. É intrigante perceber como,
apesar do rigor formal, ainda é possível amadurecer e melhorar um espetáculo
que passa das oitenta apresentações. O mimo da jornada ficou a cargo da Cia. de
Teatro Mosaico, da qual faz parte o queridíssimo Sandro Lucose. Tivemos a
oportunidade de ver Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, que também circula pela Rede
SESC de Difusão e Intercâmbio das Artes Cênicas. Um espetáculo corajoso e instigante.
Tão bom quanto o espetáculo, a possibilidade de
conversar-discutir-refletir-analisar a vida teatrista, em esbarradas curtas e
informais, típicas de duas Cia. que se cruzam no pleno exercício do seu ofício.
Alegrias múltiplas para dias contados. Continuo grato à sorte, eu, um
incrédulo.
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