Sempre me dou o direito de experienciar situações, quaisquer que sejam elas. Ainda tenho a capacidade de me surpreender.
Túmulo do casal Brecht-Weil no cemitério Dorotheestadt de Berlim
Faço teatro, e acredito que preciso ver outros atuando também. Aqui em Imperatriz é quase impraticável. Anteontem eu soube de um grupo evangélico (sic) que há 10 anos se apresenta com esse espetáculo teatral. Decidi prestigiar... filantropia... Acabei dentro de um culto, e tudo era irritantemente evangélico, com o objetivo de catequisar, converter, demonizar. Fiquei até o final para ver até onde eu suportaria. A proposta, segundo eles mesmos, era brechtiana. Havia demônio, Cristo, prostituta, drogada (só fumava maconha, a coitada... o demônio liberou um pouco de heroína na veia, mas não me convenceu), um evangélico questionável, uma mendiga e um casal que se dizia briguento. A direção era do ator que interpretava o demônio. Um problema recorrente a do diretor que atua. Brecht se contorceu no túmulo. Eu me retorci no banco. O ator/diretor parou o espetáculo e fez um aparte, confessando emocionado ter-se convertido de sua homossexualidade.
Resumo da ópera: morar em Imperatriz equivale a um purgatório sem fim, onde você pode ver as pessoas calmamente se utilizarem das artes equivocadamente.
5 comentários:
Meu deus(rs)! Se não fosse você contando eu juraria que era mentira! E o aparte da conversão então? É inverosímil!
pois é, meu amigo... tire-me daqui urgentemente...
(risos) que coisa. e eu pensei que Negra era uma experiência de puro exorcismo teatral. por aqui ( Mossoró) quero ver tudo, ate o possível "ruim".
grande abraço
visite-nos
... O blog dos artista que respiram o ar da ilha francesa (quase holandesa). Gostei Cláudio do segundo parágrafo quando você fala do Maranhão." (quando uso aspas quero ser irônico)
Poxa!!! Fiquei imaginando essas cenas e acabei rindo dessa situação, mas na vida e principalmente no teatro temos que ver de tudo, né??? kkkk!!! Mas tudo é relativo...É filosofia pura... Talvez essa tenha sido a forma de encarar a vida e arte que essas pessoas tiveram, consequentemente não conseguiram entender o pensamento brechtiano.
Gosto bastante dos textos e comentários desse blog.
Abraços,
Dani Almeida
Postar um comentário