Ele diz: "Minha longa experiência pessoal levou-me a presumir que a loucura aparece com frequência desproporcionalmente maior nos atores. Pudera! Qual não é o abuso que fazem da própria memória! Todos os dias devem ora decorar um papel, ora relembrar um antigo: no entanto, esses papéis não são ligados por um contexto, ao contrário, estão sempre em contradição e em contraste uns com os outros, de modo que toda noite o ator tem de se esforçar para se esquecer por completo e ser um outro, totalmente diferente. Uma vida como essa leva-os diretamente para a loucura".
E quanto a mim, há tempos eu quebrara o CD A tempestade, da Legião Urbana. Dia desses reencontrei-me diante de uma prateleira e lá estava ele a me observar. Comprei-o. Limpar o quarto ouvindo-o é produtivo. Distante dele, parece-me que se amplia o foco para com a liberdade e a insuficiência de justificativas para o viver. E o teatro preenche toda a parte do lado de fora e toda a parte do lado de dentro. Transborda pelo ladrão. Resta a casca frágil que serve de sustentáculo às vísceras. Além da linha, o trem. Aquém de nós, a linha. Não há limites. Há infinitas alternativas. Reclamo de barriga cheia, diria minha mãe. Cheia não se sabe de quê. Se vierem as fezes, dialogarei sobre o conteúdo. Se não, só a forma me permite.
Mais um dia, mais um tempo, mais um ciclo. Quando será a próxima apresentação de Pai&Filho?
3 comentários:
Não precisa vir se não for pra ficar pelo menos uma noite e três semanas.
na mosca!!!
Suas postagens são aulas, mas não são chatas!
beijos de quem ama vc.
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