sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Antagônico da retração

Na retração os vetores mudam de sentido. Ao invés de se ampliarem, se distanciarem do corpo, dilatando-o, eles fazem o contrário. O corpo não se dilata, e a retração faz com que os vetores possam ir a um único sentido e alvo: o abdômen. É ele quem retém essa energia advinda dos vetores, que faz o corpo diminuir em tamanho, forma, movimento. Essa energia, retida obriga o ator a perder os referenciais dos outros antagônicos na perspectiva dos vetores. Caso existam outros atores em cena, e somente um utilizando a retração, teoricamente ele será meio que ignorado pelo público (não havendo falas), pois a energia que deveria ser ampliada em vários sentidos, é armazenada. 
Evidente que a retração passa essa sensação de diminuição, de pequeno ao espectador. Tudo é meio que minimalizado, curto. Dentre os antagônicos, a retração é o único que inverte o sentido de todos os vetores. potencializa-os ao contrário. Emblemático.

Um comentário:

Marcelo Flecha disse...

Tomando como referências Zaqueu, de Entrelaços, e o filho, em Pai & Filho, acho que a prática contesta a teoria da frase "...ele será meio que ignorado pelo público...", o que, de fato, torna o antagônico da retração emblemático.