sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Antagônico da velocidade

Comumente, quando Marcelo F, em sala de treinamento/oficina indica o antagônico da velocidade, as pessoas começam a correr, pois é a primeira coisa que lhes vêm à cabeça. Claro que tem fundamento, mas percebendo esse tipo de deslocamento total do corpo, ele automaticamente se esgota e o corpo fica em posição de conforto. E quais as outras alternativas? Primeiro, considero velocidade a partir do conceito de Vitor Barbosa: "a grandeza que mede o quão rápido um corpo se desloca". Mão é corpo, mente é corpo, cabeça é corpo. Alguém pode levantar a questão de que são partes de um corpo, mas entendo também que a parte só é parte quando se relaciona com um todo. Por exemplo, a mão só será parte se eu a relacionar com o corpo. Assim, mão é parte do corpo... humano. Entretanto, quanto eu relaciono a mão com as partes que a compõe (unhas, dedos, ligamentos, músculos, ossos) ela torna-se um todo independente, inclusive para gerar significados. Então, todas as partes podem ser consideradas como um todo. Desse modo, a mão pode agir de forma veloz independente do restante das partes do corpo; a cabeça, idem. Onde houver poder de mobilidade e articulação, haverá essa independência das partes no antagônico da velocidade.
Esse antagônico oscila e alterna, sobremodo, os vetores acionados, dependendo aí do que está rapidamente se movendo. Exemplificando, uma das mãos giradas aleatoriamente à frente do corpo está acionando mais o vetor do peito. Acima da cabeça e com mesmo movimento, o vetor do céu. Quando se faz o contrário (mão sendo aleatoriamente girada à frente do corpo e com o vetor das costas mais acionado, haverá uma certa desaceleração e imobilidade no movimento da mão, pois a energia que deveria ser gerada para a velocidade estará sendo utilizada para outro fim (buscar aporte no vetor das costas). O ator de rebolar (deslocamento da cintura pélvica em forma circular) estará com todos os vetores acionados. 

O importante, neste antagônicos é tentar decupar o corpo do ator, buscando perceber sua independência, para que a energia não se esgote num único movimento árido e inexpressivo.


Nenhum comentário: