quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os antagônicos do pai

O trabalho pré-expressivo preconizado pela Pequena Companhia de Teatro, intitulado "Quadro de Antagônicos", dá ao ator um acervo de matrizes a serem utilizadas em sua composição na cena. Um tempo exaustivo, onde o ator deve estar preparado e disposto fisicamente para exigir do corpo uma postura equilibrada de cada antagônico. Assim, quando vamos para o jogo, o corpo recupera os antagônicos em sua potência. Ao ator cabe começar a selecionar aqueles que podem ser utilizados para a construção da personagem. 

Num dado momento, quando Jorge Choairy já tinha bem definido o antagônico matriz/guia e seus contaminadores, eu ainda perambulava pela trilha dos perdidos, sem ter alguma definição consistente para a personagem e isso me angustiava, sobremodo. É que de quando em quando tudo me parece urgente, e essa urgência pode provocar uma certa angústia - eufemismo - no que toco.

Peso e Força - o ator e sua dramaturgia

Como tudo na vida de um ator é mais dramático do que o convencional, não durou muito é lá estava o "peso" determinando uma matriz/guia e a "força" como contaminadora. Se paro para refletir um pouco mais, vou perceber que a personagem carrega em si, também, traços dos antagônicos "tensão", "lentidão", "mínimo" e "dilatação". É que, se se toma o "peso" como referência de totalidade (100%) e modula-se essa referência em 50 ou 70%, inevitavelmente teremos que ocupar esse espaço deixado com outros antagônicos. 

A insatisfação vai permanecer, em um grau menor ou maior, naquele que detém 41 dos 19 anos que imagina ter.

Nenhum comentário: