domingo, 28 de fevereiro de 2016

Pequena seleção de atores para treinamento


 
Finalizado o recesso da Pequena Companhia de Teatro, que no meu caso também se estendeu ao excêntrico exercício de escrever para ninguém, retomo as postagens regulares, certo de que não fizeram a menor falta, contudo, satisfeito por saber que, também, não me resultou agônica a abstinência de pensar em um assunto, abonar sua relevância, refletir sobre, provocar uma escrita, desenvolver a escritura, corrigir sua ortografia e publicar o conteúdo – calvário criativo da postagem que você lê, finge que lê, ou ignora.
Para abrir os trabalhos, eis a logomarca comemorativa dos dez anos de fundação da Pequena Companhia de Teatro, assinada pelo autor da logo original, Cláudio Marconcine. Uma imagem que pretende fazer você lembrar que durante a última década fizemos teatro ininterruptamente, ou seja, dez anos em que, se alguém não viu teatro, foi porque não quis.
Em 2016 nossas ações pretendem intercalar-se entre São Luís e o mundo – onde mundo é um futuro incerto de desejos, esperanças, torcidas, almejos, devaneios e fabulações. Já certas, a nossa circulação através do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, pelo Centro-oeste, com Pai & Filho, e a circulação através do SESC Amazônia das Artes, pelo Norte, com Velhos caem do céu como canivetes. Para o Nordeste, Sudeste e Sul temos sete meses livres, alguém se habilita?
Nossas ações em São Luís pretendem concentrar-se nas práticas ordinárias (apresentações, debates, oficinas, seminários, recepções etc.), com uma ação inédita: a abertura do nosso treinamento para os pares interessados. A ideia é convidar amigos que queiram treinar conosco, uma vez por semana, durante ciclos bimestrais ou trimestrais. O convite será informal, não abriremos inscrições, portanto, se tiver interesse em emprestar o seu tempo, avise.
A iniciativa vem de encontro a um desejo antigo nosso de conseguir manter aplicação regular do Quadro de Antagônicos, independentemente dos processos de montagens, fato sempre relegado por mostragens, viagens e vagabundagens. Entretanto, com a facilidade de ter espaço físico próprio, a protelação não convence mais nem o maior amante do ócio – eu.
O principal objetivo da empreitada, além de treinar os atores da companhia, é experimentar nosso procedimento metodológico em outros corpos, e assim poder aprofundar a problematização de uma técnica que, apesar de ser aplicada há mais de uma década, se mostra aberta, inconclusa, flutuante, argilosa, tênue, como imagino deva ser a vida de qualquer experiência que tenha como foco o desenvolvimento de um ator pleno.
Como não sou dado a grandes entusiasmos, confio nos atores da Pequena como dínamo de vontade, além de torcer para que aqueles que queiram se aproximar somem mais desejo do que minha inclinação à desistência, pois, para convencer-me de que algo é melhor que a inércia é preciso muita disposição.