Finalizado
o recesso da Pequena Companhia de Teatro, que no meu caso também se estendeu ao
excêntrico exercício de escrever para ninguém, retomo as postagens regulares,
certo de que não fizeram a menor falta, contudo, satisfeito por saber que,
também, não me resultou agônica a abstinência de pensar em um assunto, abonar
sua relevância, refletir sobre, provocar uma escrita, desenvolver a escritura,
corrigir sua ortografia e publicar o conteúdo – calvário criativo da postagem
que você lê, finge que lê, ou ignora.
Para
abrir os trabalhos, eis a logomarca comemorativa dos dez anos de fundação da
Pequena Companhia de Teatro, assinada pelo autor da logo original, Cláudio
Marconcine. Uma imagem que pretende fazer você lembrar que durante a última
década fizemos teatro ininterruptamente, ou seja, dez anos em que, se alguém
não viu teatro, foi porque não quis.
Em
2016 nossas ações pretendem intercalar-se entre São Luís e o mundo – onde mundo
é um futuro incerto de desejos, esperanças, torcidas, almejos, devaneios e
fabulações. Já certas, a nossa circulação através do Programa Petrobras Distribuidora de Cultura, pelo Centro-oeste, com Pai & Filho, e a
circulação através do SESC Amazônia das Artes, pelo Norte, com Velhos caem do céu como canivetes. Para o Nordeste, Sudeste e Sul temos sete meses livres,
alguém se habilita?
Nossas
ações em São Luís pretendem concentrar-se nas práticas ordinárias
(apresentações, debates, oficinas, seminários, recepções etc.), com uma ação
inédita: a abertura do nosso treinamento para os pares interessados. A ideia é
convidar amigos que queiram treinar conosco, uma vez por semana, durante ciclos
bimestrais ou trimestrais. O convite será informal, não abriremos inscrições,
portanto, se tiver interesse em emprestar o seu tempo, avise.
A
iniciativa vem de encontro a um desejo antigo nosso de conseguir manter
aplicação regular do Quadro de Antagônicos, independentemente dos processos de
montagens, fato sempre relegado por mostragens, viagens e vagabundagens.
Entretanto, com a facilidade de ter espaço físico próprio, a protelação não
convence mais nem o maior amante do ócio – eu.
O
principal objetivo da empreitada, além de treinar os atores da companhia, é
experimentar nosso procedimento metodológico em outros corpos, e assim poder
aprofundar a problematização de uma técnica que, apesar de ser aplicada há mais
de uma década, se mostra aberta, inconclusa, flutuante, argilosa, tênue,
como imagino deva ser a vida de qualquer experiência que tenha como foco o
desenvolvimento de um ator pleno.
Como
não sou dado a grandes entusiasmos, confio nos atores da Pequena como dínamo de
vontade, além de torcer para que aqueles que queiram se aproximar somem mais
desejo do que minha inclinação à desistência, pois, para convencer-me de que
algo é melhor que a inércia é preciso muita disposição.