Gosto de dizer que tudo está passível de mudança. Fechar-se equivale a morrer para as possibilidades outras que não aquela escolhida como identitária, definitiva. Nada o é.
A Pequena Companhia de Teatro tem no "Quadro de Antagônicos" seu procedimento metodológico para treinamento do ator e composição das personagens. Fiz parte de Entrelaços, Pai & Filho e Velhos caem do céu como canivetes e todos utilizaram esse mesmo procedimento.
Entrelaços |
Imagine o frescor de provar pela primeira vez o gosto do beijo da pessoa amada, ou experimentar o prazer provocado por uma Coca-cola com gelo e limão numa tarde ensolarada, à sombra de uma frondosa árvore. Essas experiências primeiras não se repetem, mesmo que continuemos a beijar a mesma pessoa e a tomar o mesmo refrigerante eternamente. As experiências são únicas, mesmo que a configuração possa aproximar daquela primeira sensação. Assim percebo os processos de encenação.
Velhos caem do céu como canivetes |
Podemos repetir infinitas vezes o mesmo procedimento para a montagem de nossos espetáculos, mas esse debruçar sobre a teoria na prática, num recorte único de tempo/espaço será inédito em sua configuração, sem contar com a nossa compreensão do método e da vida: mudamos, permanentemente, porque estamos em processo. Dizem que tem algo a ver com a maturidade.
O viver para mim é experienciar, sempre.
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