Amigos
de plantão, não esperem a estreia de Velhos Caem do Céu como Canivetes antes do
final de agosto. Estamos no sexagésimo ensaio e tudo indica que esta montagem
demandará uns noventa, próximo do exigido em Deus Danado – espetáculo que mais
tempo de montagem demandou usando o Quadro de Antagônicos, com cento e dois
ensaios. É a argilosidade do fazer teatral que o torna tão encantador. Pouco
nele é concreto. Pai & Filho estreou com sessenta e sete ensaios, Medeia
com uns quarenta e cinco (?), Entre Laços com trinta e sete, d’O Acompanhamento
não lembro bem. Argila. Em todos os casos foi adotada a mesma prática metodologia –
não necessariamente os mesmos procedimentos. Todos seguiram trilhos semelhantes
e todos aceleraram, descarrilaram, dobraram, estancaram, desenfrearam e
chegaram de acordo com suas necessidades e especificidades. Argila. Cada
processo dita uma nova máxima, faz suas próprias exigências, postula novos dilemas,
revela curiosos caprichos, camufla grandes desafios, apresenta surpresas ou surpreende
por não apresentar problemas; cada montagem é única e múltipla. Como falei, teatro
é argila, e meter a mão na massa é muito bom. A presença diária do Ser Alado e do
Ser Humano na sala de ensaios apresenta alguns sinais do espetáculo que vocês
verão: o tom, suas temperaturas, a atmosfera, as ambiências de conflito, a
paleta de cores, os ritmos, os ritos... Para tudo aparecer se precisa de tempo,
e o tempo de um espetáculo não pode ser medido cronologicamente. Como poderia
dizer o Ser Alado, o que determina o tempo de uma nova montagem são as nossas sensações.
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4 comentários:
:|
To na espera.
37? 370, n'ma cronologia!
É que você encarou dupla jornada!
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