quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Manifesto 2

A cada dia que passa estou fisicamente mais velho. Porém, internamente sou um ser que se compara ao fervor da adolescência, uma espécie de juventude tardia. Percebo em mim, mesmo com meus  44 anos, que não me identifico com quase nada e ao mesmo tempo com quase tudo. Percorro  espaços físico-geográficos aos borbotões, não me possibilitando firmar-me neles. Minhas relações com pertencimento e territorialidade se comparam à minha identificação: sinto-me em busca, em processo. Assim, o publico e/ou as temáticas dos espetáculos ficaram, por muito tempo, em segundo plano. Faz-se hoje, imagino pela idade cronológica que carrego nos pés, uma mudança de postura, na perspectiva da minha necessidade;  não uma casinha no campo ao pé-da-serra, mas como eu me relaciono com o espaço em que vivo; o que me provoca nos ambientes e nas pessoas que habitam e coabitam comigo. Têm vida, mas não a minha. Devo imprimir com urina as grades do portão e o poste da esquina, não com o propósito de delimitar território, mas sim que ela também faça parte da ruela, do beco. Quero saber que as circunstâncias que envolvem a história dos espaços e das pessoas são frutos do meu respirar, do meu tocar, do sentir. Não que não seja, mas a sensação não se traduz. Imagino que a construção coletiva tenha um agridoce. O individual não se coaduna com esse sabor. Parece-me de uma monotonia...

3 comentários:

Unknown disse...

Você é um espaço im-perfeito para se habitar.

Sinto saudades.

Anônimo disse...

Cláudio, 44? Sério. Esse habitar leve te deu uma aparência sempre jovem. :] Bjo.

Lio Ribeiro disse...

A vida, tem seus segredos...