A
cada dia que passa estou fisicamente mais velho. Porém, internamente sou um ser
que se compara ao fervor da adolescência, uma espécie de juventude tardia.
Percebo em mim, mesmo com meus 44 anos,
que não me identifico com quase nada e ao mesmo tempo com quase tudo. Percorro espaços físico-geográficos aos borbotões, não me
possibilitando firmar-me neles. Minhas relações com pertencimento e
territorialidade se comparam à minha identificação: sinto-me em busca, em
processo. Assim, o publico e/ou as temáticas dos espetáculos ficaram, por muito
tempo, em segundo plano. Faz-se hoje, imagino pela idade cronológica que
carrego nos pés, uma mudança de postura, na perspectiva da minha necessidade; não uma casinha no campo ao pé-da-serra, mas
como eu me relaciono com o espaço em que vivo; o que me provoca nos ambientes e
nas pessoas que habitam e coabitam comigo. Têm vida, mas não a minha. Devo
imprimir com urina as grades do portão e o poste da esquina, não com o
propósito de delimitar território, mas sim que ela também faça parte da ruela,
do beco. Quero saber que as circunstâncias que envolvem a história dos espaços
e das pessoas são frutos do meu respirar, do meu tocar, do sentir. Não que não
seja, mas a sensação não se traduz. Imagino que a construção coletiva tenha um
agridoce. O individual não se coaduna com esse sabor. Parece-me de uma
monotonia...
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3 comentários:
Você é um espaço im-perfeito para se habitar.
Sinto saudades.
Cláudio, 44? Sério. Esse habitar leve te deu uma aparência sempre jovem. :] Bjo.
A vida, tem seus segredos...
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