domingo, 16 de setembro de 2012

4ª Jornada – Porto Velho/RO


Jornada de tiro curto. Três dias fora, e já estamos de volta. Mais tempo viajando que aproveitando a acolhedora capital rondoniense. Muitos realces para poucos dias. O Teatro 1, do SESC Esplanada, uma espécie de sala multiuso que comporta duzentas e cinquenta pessoas, foi generoso e abrigou em todas as escadas, no mínimo, outros quarenta espectadores.  O Palco Giratório nos oferece a experiência de casas lotadas, um perigo para quem deverá se readaptar às nossas fiéis plateias de quinze ou vinte pessoas (risos) – Pai & Filho vem aí com temporada regular em São Luís. Um público entusiasmado e franco. Assim como no Teatro Laura Alvim, no Rio, riram muito (?). Reações curiosas, que variam de plateia para plateia, apresentando uma oscilação assustadora. Inevitável refletir sobre a possibilidade de o espetáculo variar tanto quanto as plateias. Não percebo assim, mas estou atento. A apresentação foi sólida, desfrutada, e revelou alguns nuances no conflito/jogo/duelo entre as personagens que até então não haviam aparecido, auxiliando na robustez da cena. É intrigante perceber como, apesar do rigor formal, ainda é possível amadurecer e melhorar um espetáculo que passa das oitenta apresentações. O mimo da jornada ficou a cargo da Cia. de Teatro Mosaico, da qual faz parte o queridíssimo Sandro Lucose. Tivemos a oportunidade de ver Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, que também circula pela Rede SESC de Difusão e Intercâmbio das Artes Cênicas. Um espetáculo corajoso e instigante. Tão bom quanto o espetáculo, a possibilidade de conversar-discutir-refletir-analisar a vida teatrista, em esbarradas curtas e informais, típicas de duas Cia. que se cruzam no pleno exercício do seu ofício. Alegrias múltiplas para dias contados. Continuo grato à sorte, eu, um incrédulo.

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