sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vamos fazer um filho

A leitura sempre me surpreenderá - qualquer que seja ela e possíveis signos utilizados. Ler é dar-se o direito de interpretar e dar sentido ao mundo. Tinha ressalvas com relação aos textos dramáticos e épicos para uma leitura. Enfadonha. Encontrei um motivo excelente para minha acertiva, nas palavras provenientes da boca de outrem. Rafael Martins, do Grupo Bagaceira de Teatro (CE): “Bem mais que representar, o ator contemporâneo precisa se sentir representado”. Bingo. Esta semana foi surpreendentemente produtiva. Sem televisão e sem internet, li dois livros e uma revista: Lesados e outras peças, de Rafael Martins (Edição do autor); Entre o chão e o tablado, de Lauande Aires (Edição do autor); e Subtexto, revista de teatro do Galpão Cine Horto (dez/2010/n. 07/MG). Percebo que cada vez mais me aproximo das dramaturgias (todas elas) produzidas na contemporaneidade pelo simples fato de dizerem algo que eu gostaria de ouvir, mesmo que seja o vazio, o desencontro, o estranhamento (falo tudo isso em função mais da forma do que do conteúdo), e que o teatro de grupo é, abissalmente, um lugar de pesquisa e de trabalho. Quem não tem nada a acrescentar, não acrescenta na mesma proporção de não contribui para a cena. É títere, somente. Se me atiram pedras, escreverei livros.

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