quinta-feira, 10 de maio de 2012

Rotina

Numa rotina é mister ser religioso: hora para dormir, comer, acordar, fazer atividade física, ler. Quando se viaja essa rotina inexiste: há uma outra dinâmica - além de mudança de fuso horário - que faz o organismo perder suas referências, o que conduz a uma alteração em seu funcionamento: intestino, sistema imunológico, fadiga, cansaço. 
Foto de Paulo Medeiros (aquecimento em Teotônio Vilela - AL)
A condução de nosso processo antes de irmos para a cena exige uma preparação de 2 horas, sendo que a primeira equivale a um alongamento sistematizado por Marcelo F., seguido de um aquecimento por contato, livre, verbalizando todo o texto do espetáculo. Esse aquecimento oscila entre movimentos aeróbios e anaeróbios. 

Com essa sistematização, queremos dar às apresentações um certo caráter de refinamento e apuro, para que a verdade e a organicidade sejam próximas, semelhantes, entre todas as apresentações. Depois desse processo temos o visagismo, a origem das personagens (15 minutos) e a espera por detrás da porta. 

Nas viagens iniciais da Pequena Companhia de Teatro através do Palco Giratório, percebemos que as apresentações têm oscilado muito nessa verdade, nessa organicidade. Nas duas últimas apresentações tenho buscado alterar esse aquecimento, acrescentando alguns exercícios anaeróbios ao final da série. Percebo, nessas circunstâncias atípicas, que o alongamento tão próximo assim das apresentações mais atrapalha que ajuda e acrescentando a minha virose, o resultado beira a catástrofe.

Muitos fatores alteram nossa performance, como o espaço, a entrada do público, a demora em começar a sessão e o ato de ressonar ou não antes da apresentações. 

As pistas estão à mostra. Exigem resposta.

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