sexta-feira, 30 de março de 2012

Nós e os outros


Quais os nossos limites, os dos nossos amigos e os dos outros? Como equalizamos nossa arte a partir das dificuldades ou outras necessidades que não as nossas, previamente determinadas? Como vemos isso nos amigos e nos demais? Qual a medida?

Sempre percebi uma certa diferença de comportamento e atitude - de minha parte, claro -, quando vejo um espetáculo de amigos e quando vejo espetáculos de outros. O nível de exigência para os primeiros é menor do que para os segundos.

Alguns editais não se encaixam com os nossos propósitos, com a nossa forma e conteúdo de fazer arte, mas somos exigidos a nos enquadrar para conseguir financiamento. Quando o fazemos, diluímos isso na urina. Quando são os desafetos, prostitutos.

Ontem assisti a uma montagem de Otelo em que usavam uma luz mais desenhada, com lanternas inclusive, só que em espaço aberto (não era em uma sala escura) e às 15h. Certamente aquela apresentação que vi não era 10% do espetáculo que eles se propuseram a fazer. 

Como nos relacionamos com nossa exigências dentro de um tempo? A nossa arte sempre vai querer ser imutável, mas nós, os artistas, não podemos comportar essa adjetivação. Conviver com esse dilema pode ter relação direta com o sucesso ou o fracasso. 

Do que falo ainda estou por perceber.

Nenhum comentário: