Dou
oficinas desde 1990. Puro atrevimento. A primeira concluiu com o espetáculo Tropicanalha, uma divertida experiência em terras balsenses. De lá pra cá, me aventurei por várias
práticas, laboratórios, tentativas e vertentes. Hoje, uma das oficinas que a pequena oferece é a que
demonstra nossa “metodologia” de construção.
A
experiência de ministrar a oficina “O Quadro de Antagônicos como instrumento de
treinamento para o ator” em 12 cidades do norte e nordeste do país foi
instigante e nos auxiliou a perceber como as pessoas compreendem o nosso
processo. Fazendo uma avaliação geral, pese ao desnivelamento entre os participantes de algumas turmas, uma gama significativa de pessoas
demonstrou claro entendimento do nosso "sistema", dialogando,
discutindo e encontrando referenciais para que a troca fosse o mais fértil
possível. Turmas como as de Teresina e Natal buscaram além do conteúdo das três
jornadas que compunha o treinamento, e procuraram aprofundar o entendimento em
diálogos informais ou nos debates – onde a prática experimentada na oficina se
contrapunha aos resultados atingidos em Pai & Filho.
A
satisfação que sinto aponta para o objetivo do exercício. Não nos interessa
estabelecer nosso fazer como método, sistema ou algo a ser seguido. É apenas o
nosso jeito de fazer. A forma como fomos construindo o nosso dizer no decorrer
dos anos. O principal objetivo é democratizar esse caminho para que as pessoas
conheçam. Quantas vezes vi um espetáculo e fiquei morrendo de vontade de saber como
eles conseguiram aquilo? Aquele prazer de ir além da observação e conhecer os
meandros da construção. Por isso insistimos nos debates e nas oficinas, para
que os mais curiosos encontrem um espaço para poder dialogar. Não podemos
obrigar os outros a nos mostrar como fazem, mas podemos mostrar para os outros
como fazemos.
6 comentários:
hummmm... vem cá, e quer dizer que alguém da platéia pode se candidatar a fruir o espetáculo por dentro do mecanismo da criação, curtir o método? ou seja, como espectador, eu posso vivenciar uma oficina da Pequena? beleza, se puder eu quero.
Oficinas se as temos economizamos (nem sempre, não é querido professor?)se economizamos não nos permitimos reiventar, queimar a ponto de deixar de existir. Sinto muita saudade! O que me tira do estado sorumbático (rsrsrsrs)é você. Saudações a todos!
Vamos nos ver em breve!
É uma maravilhosa experiência fazer a oficina e ver o espetáculo. É revelador, além de ser uma mostra de generosidade dividir o processo, oportunizar o acesso. Tive o prazer desta experiência e foi algo extraordinário, digno de gratidão a "pequena". Muito grato por isso, amigos! Saudades! Bjo grande!
Que bom que vocês são abertos, gostei muito do espetáculo PAI & FILHO e "fiquei morrendo de vontade de saber como vocês conseguiram aquilo", rsrs.
Tenho interesse em realizar a oficina, vocês ministram no MA ou só quando recebem convites?
Cara Meireane, a ideia é estabelecer atividades de formação contínuas em SLZ em breve, você será avisada e obrigado pelos generosos comentários.
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