segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O discreto charme da burguesia

O caro leitor já reparou como a elite econômica ludovicense é burra, brega e mal preparada no que tange à fruição de teatro? Nos últimos tempos tivemos a oportunidade de ver belos espetáculos oriundos de diversas partes do Brasil, porém, você nunca verá, em nenhuma dessas apresentações, o brilho das joias, as gordas bolsas e o desfile interminável de carros importados se abarrotando na porta dos teatros – teatros é modo de dizer, porque estes seres jamais se aventuram em outra casa que não seja o TAA. Agora, coloque um humorista da Zorra Total, um microfone e alguns palavrões, e acontecerá uma verdadeira enxurrada de acéfalos à procura da cabeça perdida.

Aristocracias mundiais sempre se caracterizaram pela qualidade da educação que receberam, tornando-se elites intelectuais – um seleto grupo de privilegiados que, através da opressão da grande massa de desamparados, acediam a produtos de maior qualidade artística, sobrando para a plebe, subprodutos culturais de qualidade duvidosa.

Sabe-se que, oportunizada a condição de acesso a bens culturais de qualidade, as classes menos favorecidas atendem ao chamado e usufruem com uma sede digna de reis. Já a elite econômica da nossa roída Atenas Brasileira dispõe de orçamento, mas falta-lhe argumento. Possui verba, mas maltrata o verbo. Aplica em fundos, mas se afunda na ignorância. Tem capital, mas falta-lhe o principal: ........................... (complete a frase)

O Cantil, em 2009, na IV Semana de Teatro no Maranhão

4 comentários:

André Lucap disse...

"Apenas Brasileira"

Giba disse...

Meu caro amigo, a idade provoca essas coisas (rsrsrsrsrs). Deixemos de hipocrisias e deixemos que as nossas 'gasturas' sejam explicitadas. Pelo menos isso temos direito... rsrsrsrs

Sandro Fortes disse...

Concordo em gênero, número e grau. A indigência cultural de nossos ricos e novos ricos impossibilita até que os consideremos "Elite". O péssimo gosto dessa gente (teleguiada pelos canais de TV, diga-se) é um horror e ajuda a explicar a falta de atenção e de informação dos nossos paupérrimos meios de divulgação (os jornais do Maranhão).

Marcelo Flecha disse...

É, Sandro. Como Gilberto disse, pelo menos temos o direito às nossas gasturas. rsrsrsrsr