sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os antagônicos do pai - 2

Há uma postagem falando um pouco sobre como se chegou aos antagônicos do Pai, que pode ser acessada clicando aqui. No aspecto dos vetores, tentarei viabilizar a minha fala a partir do diagrama que se segue:
O antagônico/guia do pai é o peso. O que o contamina é a força. O peso é a potencialização da força exercida pela gravidade no corpo. O vetor terra (1) é acionado, sobremodo, como se o mundo estivesse às costas. Há um achatamento do pescoço, arqueamento dos ombros, lentidão ao caminhar pelo excesso de peso exercido sobre os ombros. A lombar e as articulações são exigidas para sustentar o corpo que perde a retidão. Assim, os vetores tomam um outro sentido. A força é necessária para antagonizar/dialogar com o peso, sendo inviável a mobilidade do corpo que pesa sem ter força necessária para tal. O nível de tensionamento para que essa força "ganhe" do peso dá espaço à tensão enquanto força  antagônica. Esse nível de tensionamento faz com que o vetor céu (2) exista no corpo, ampliando sua presença. Exemplificando, o peso é exercido para sustentar o corpo no chão. Há necessidade da força para elevar a perna que se movimenta. Há um tensionamento em nível de musculatura no sentido chão/céu (1/2) para que a força possa se fazer presente. Tudo existe, e não dá para excluir os vetores, mas para efeito didático e compreensão dos antagônicos, os vetores podem e devem ser revisitados. Nesse caso, há uma diminuição da exigência do vetor do céu (2) em detrimento do vetor da terra (1). Com isso, o pai torna-se uma personagem cansada, com uma força exigida pelo peso que carrega (filho, compromisso, responsabilidade, trabalho) e com os pés no chão (racionalidade, trabalho) contrastando com os antagônicos do filho.

2 comentários:

Marcelo Flecha disse...

Boa análise. Lembrando que os Antagônicos não operam somente no universo físico, sua representação está relacionada com aquele que vê. Sabemos que outros antagônicos estão presentes na construção do pai (pois nenhum corpo conseguirá excluir totalmente todos os outros que não "peso" e "força") mas não se estabelecem como "guias" ou "contaminadores" porque sua relação com o resultado final são menos perceptíveis na representação oferecida pelo ator para esse pai. A relação com o olhar do outro existe mesmo quando o espectador vê outros que não os que são, pois independe - não se trata de adivinhar. O ator busca o seu dizer através das característias oferecidas pelos Antagônicos e o olhar do outro parte de uma recepção subjetiva, mais sensitiva que qualificativa.

Jorge Choairy disse...

Entendi agora.