quinta-feira, 8 de setembro de 2011

The show must go on

Hotéis rimam com pastéis e doutores rimam com atores. Tarefa difícil se percebermos que a morte na vida de um profissional de medicina é algo a ser evitada. Difícil é superar quando a "indesejada das gentes" aparece sucumbindo o ofício. Para o ator, a vulnerabilidade na qual se encontra quando em cena é comparável ao médico que retira de seus conhecimentos o esforço para alterar a linha da vida de alguém, tornando-a mais estável ou prolongada. Ele, o ator, detém as técnicas, conhece seu corpo, sabe o que fazer, reconhece o espaço e as marcações, sabe de seu ofício, esmera-se em expor sua virtuose no intuito de agradar a quem o especta suas virtudes profissionais a ponto de perceber que seu trabalho é digno de apreciação, reconhecimento e aplauso. 

Quão frágil é o ser quando se percebe nessa situação, como o mar que tem suas características, mas é cíclico em suas marés. O ator e suas personagens estão circunstancialmente velejando em uma nau que oscila sempre. Estar numa corda banda sem seguro de vida é para os fortes ou para os tolos. Sempre me considero um quando estou com a morte lambendo-me por entre o sulco das nádegas. Muito a aprender tenho eu. E por último, Sobral rima com Bacabal.

3 comentários:

Roquildes Junior disse...

Metáfora perfeita, Claudio! Muito bom!

Cláudio Marconcine disse...

Roquildes, sinto-me morto na mesma proporção que me sinto vivo. A angústia continua sendo meu leitmotiv.

Cordão de Teatro disse...

é um texto engraçado, só não mais que a imagem das frutas hehehehe.

passo no blog do cordão e se possivel comenta.

beijos claudio, saudades.

xico