quinta-feira, 28 de julho de 2011

Bola cantada

Estar em São Paulo é sempre brincar com a ausência das coisas. Teatro e cinema não saem da cabeça, da memória. Lembranças que precisam sempre estar presentes como algo a ser manifesto. O ar, a comida, o cinema, o teatro. Quando digo que não gosto de assistir a espetáculos teatrais, deem descontos generosos.


Minha programação, foi: terça-feira, dia 19: A pantera, de Camila Appel; quarta-feira, dia 20: Absinto, de Cássio Scapin; quinta-feira, dia 21: Fragmentos do desejo, da Cia dos à deux; sábado, dia 23: Louise Bourgeois: Faço, Desfaço, Refaço, com Denise Stoklos e domingo, dia 24: Nomes do pai, da cia. da memória.

Três merecem destaque: Denise me emocionou profundamente por eu perceber como o teatro físico funciona. É uma mulher que quero ser quando crescer. Nomes do pai... eu fui ver porque tomam como base, também, Kafka e seu Carta ao Pai. Uma montagem de época, algumas cenas muito próximas de nós, enquanto  ação física. Nenhuma palavra é pronunciada. Mas, o treinamento dos atores é outro. Não os percebi vivos. Fragmentos do desejo é puro cinema. Temática ruim. Excetuando alguns momentos, os atores foram sugados pela precisão técnica do espetáculo.

Hoje estou assim, pulsando. Ainda sinto-me capaz de ir além. Ferve em mim o desejo de expor o que me consome – quase sempre penso e digo isso porque se tornou sentença de vida.

Ah, o palhaço... vai continuar adormecido. Não dá para fugir do óbvio.  

Um comentário:

Marcelo Flecha disse...

Sempre admirei tua disciplina de espectador. Confesso que me custa, mas estar ao teu lado é um bom exercício para tal. Hoje estou assim, romântico.