quinta-feira, 24 de março de 2011

A inutilidade da vida

Foto de Igor Ruben

Ao teatro poderia ser atribuído um certo desejo de morte. Pulverizar o tempo, negar o espaço. Limbo, lugar de desapego e desamparo. Existe o outro, mas é você quem determina essa distância, esse limite. Teatro, dizem, é geografia de partilha. Sei disso. Porém, a sensação do espírito é outra, não posso negar. 

Quando o espetáculo se encerra, a energia, inevitavelmente, será modulada para baixo. É sempre assim. Não há glamour nenhum em perceber-se esquálido e fétido depois de um dia de trabalho. Tudo é igual depois de um banho. Aliás, quase tudo. Há satisfação também na morte em vida que se processa cotidianamente.

3 comentários:

CAIRO MORAIS disse...

eu tenho muitos metros de cordas, caso tente...

XICO CRUZ disse...

Você é meu Antonin Artaud! Ofendo?

Anônimo disse...

Imagino a dificuldade dessa reflexão/situação nesse post com diálogo com aquela velha idéia "o teatro serve para dar vida a personagens ficcionais"; como se mostra oposto a quem está dentro desse processo criativo e profissional...