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A inutilidade da vida
Ao teatro poderia ser atribuído um certo desejo de morte. Pulverizar o tempo, negar o espaço. Limbo, lugar de desapego e desamparo. Existe o outro, mas é você quem determina essa distância, esse limite. Teatro, dizem, é geografia de partilha. Sei disso. Porém, a sensação do espírito é outra, não posso negar.
Quando o espetáculo se encerra, a energia, inevitavelmente, será modulada para baixo. É sempre assim. Não há glamour nenhum em perceber-se esquálido e fétido depois de um dia de trabalho. Tudo é igual depois de um banho. Aliás, quase tudo. Há satisfação também na morte em vida que se processa cotidianamente.
3 comentários:
eu tenho muitos metros de cordas, caso tente...
Você é meu Antonin Artaud! Ofendo?
Imagino a dificuldade dessa reflexão/situação nesse post com diálogo com aquela velha idéia "o teatro serve para dar vida a personagens ficcionais"; como se mostra oposto a quem está dentro desse processo criativo e profissional...
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