quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O artista, os editais, a estabilidade, a efemeridade e o teatro

Lesados, do Grupo Bagaceira

Somos um grupo que adora editais. Nada mais democrático para distribuir recursos e bens, principalmente quando acreditamos que a cultura deve ser subsidiada pelos entes públicos.

Somos um grupo que aprova projetos em editais e ao mesmo tempo, um grupo que não aprova projetos em editais. É que editais dão em árvore. Nossas angústias, idem.

Comumente, Marcelo F. tem encaminhado mensagens pela internet me dando conta dos projetos encaminhados e não aprovados pela Pequena Companhia de Teatro. Eu estou indo morar em São Luís no próximo ano. Do que viver?

Meu pensamento...

[agora estou me viciando. Quando não estou pensando em nada, fico contando mentalmente. Reflexo da academia, dizem]

...não dá para pensar em viver só de editais, isso seria uma espécie de estabilidade que não deveriam provocar, pois eles são públicos, e não de poucos. Como funcionalismo público, um acomodar-se sem igual. Teatro na adversidade... morrerei de fome... não será a primeira vez; possivelmente nem a última.

Minha realidade diz que o teatro me faz vivo, e comungo de um sacrifício incondicional sobre esse labor. Um vigor é perceptível quando a maré sobe, quando o mar fica revolto. A gente não dorme. Sinto-me vivo... em cena.

Faz tempo que não atuo... sinto-me morto.

4 comentários:

Marcelo Flecha disse...

Alegria, meu caro! Morreremos de fome, porém, JUNTOS! Quer alegria maior do que essa? Isso sem levar em conta os petiscos de Dona Zilma...

XICO CRUZ disse...

Posso morrer com vocês?

Se é que já não estou...

Alguem ai, tira essas letras de confirmação, elas não querem aparecer aqui no meu pc e fica ruim pra eu comentar.

Marcelo Flecha disse...

Rsrsrsrs... eu não sei como se faz isso... vou esperar Cláudio chegar para tentar... tenho medo de mexer e apagar tudo... rsrrsrrs

lauandeaires disse...

Morrer de fome, morrer de ignorância, morrer de morrer de medo, morrer de esperar que as coisas mudem,... morrer em cena pra matar tudo isso! É isso mesmo, meu caro, é o preço da escolha. Eu que ainda não sei aprovar projetos fico na angústia de ainda não ter conseguido dizer não ao teatro de encomenda, por medo da morte. Pra remediar escrevo, toco, monto, só pra me sentir vivo, gente, artista... ainda que seja pela última vez.