domingo, 12 de dezembro de 2010

... de véspera!

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Permitam-me outra liberdade poética. É que amanhã, definitivamente, o livro estará a caminho da impressão. O dia que antecede um dia como esse foi descrito por mim outrora:
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“Hoje o dia não tem número. É incontável. O tempo existiu sem matemáticas conferências. Apenas um dia passou. Eu passei com ele. Estou, um dia, envelhecido. Um “um” não numérico. Um “um” abstrato, onomatopeico, fechado em tempo. Incontestável. Setas, no relógio sem ponteiro, mostram que sobrevivi. Vivi sem saber que vivia. Revivi sem antecedentes. Desviei dos pormenores para pôr menores atos sobre a mesa. Degustei cada um deles sem me engasgar e digeri ações inesperadas. O homem – posto no tempo oposto à sua ruína – correr a favor do tempo. O fim do dia salva. Outros dias virão e se encaixarão no calendário e somar-se-ão aos outros e, contados, engordarão os séculos: mas este permanecerá suspenso no tempo à espera. O dia anterior ao fracasso é sempre um bom dia. O melhor dia.”

5 comentários:

Cláudio Marconcine disse...

suas palavras são minhas palavras.

XICO CRUZ disse...

Sobre o livro... Gostei muito do texto Privada, ficou na minha cabeça as imagens, sabe quando algo encomoda, e isso é bom? Pois é. aaaa to vendo que vc tem respondido aos comentários, rsrsrsrsrsrs... A salada tava boa, mas tinha vinagre demais kkkkkkkk
meu paladar é podre ainda. kkkkkkk

Marcelo Flecha disse...

Rsrsrsr. O tempero é a alma do negócio... vou falir...

Elizandra disse...

Adorei o ensaio poético(rsrs)!" O dia anterior ao fracasso(...)O melhor dia." Parabéns!bjs!

Marcelo Flecha disse...

O melhor.