domingo, 17 de outubro de 2010

Debate a gosto

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Saudades dos 80. Três festivais – FENTEPP, FNT e FAT – e o fórum não se efetiva. Digo: as discussões, os conflitos, as análises não acontecem na dimensão devida, por falta de disponibilidade – ora dos festivais, ora das Cia.s, ora dos debatedores, ora das comunidades contempladas. O debate se limita ao encontro dos pareceristas com os grupos que se apresentam no dia anterior. Raramente se vê um espectador ou um membro de algum outro coletivo. Quando reunidas várias Cia. no mesmo debate, uma não viu o espetáculo da outra.

Parece-me que a prática da pequena companhia, de debater após as apresentações, continua sendo o melhor recurso para integrar o espectador às opiniões especializadas, tornando-se um importante instrumento para o aperfeiçoamento da leitura teatral.

No caso do nosso debate no Festival Agosto de Teatro, a dissertação de Amir Haddad acabou suprimindo o tempo das réplicas e das possíveis tréplicas que acalorariam o diálogo. Muito ficou por se dizer e pouco foi dito. O reencontro com Kil Abreu – diálogo produtivo no FENTEPP – acabou sendo curto. Pena.

Se esses encontros nos possibilitam discutir os processos de construção da cena teatral contemporânea, por que não o fazemos? Talvez a resposta esteja nas palavras de Amir, quando comenta sobre a necessidade de subsistência dos grupos, ou no comentário de Sávio Araújo quando aborda a burocratização da arte. Sempre há um troco esperando no porto seguinte. Eu vou continuar insistindo, batendo na tecla até que acordemos fora do nosso umbigo. Já falei disso aqui... e olha quem fala!

2 comentários:

Junior Terra disse...

Concordo plenamente com suas palavras, Marcelo. Aproveito para parabenizá-los mais uma vez pelo espetáculo. Grande abraço!

XICO CRUZ disse...

por falar em festival, não dar pra acreditar que o de imperatriz acabou. é inaceitável. bjs