domingo, 12 de setembro de 2010

A pequena no FNT

Cansei vocês com a última postagem, não? É que teorizar um pouco às vezes faz bem. Depois é só negar tudo o que se escreveu e pronto, como FHC – leiam, por favor, a ironia do comentário.

Infelizmente a conexão com a internet em Guaramiranga foi meio problemática e não pude realizar o diário como havia prometido. Já estamos de volta. Lá encontramos a
Cia. A Máscara de Teatro. Companhia dos amigos queridos Luciana, Jeyzon, Damásio e em especial, Tony Silva, com a qual completo, em 2011, dez anos de amizade. Deus Danado, espetáculo que dirigi com eles em 2007, também estava no festival, o que me tornou um diretor privilegiado: estar no XVII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga com dois espetáculos. Como o mundo é pequeno, também ancorou por lá o grupo Harém, do querido amigo Pellé – sempre uma conversa agradável – e Márcio Marciano, do Coletivo de Teatro Alfenim, reencontro agradável e imediato depois de tê-lo conhecido no FENTEPP, mês passado. Do festival, confesso, minha velhice me obriga a reclamar um pouco das acomodações e da alimentação. Tenho consciência de que é assunto menos importante, mas fica o registro. Do que interessa – e que abordei nos comentários sobre o FENTEPP – a iniciativa do festival de Guaramiranga de garantir a permanência dos coletivos durante todo o festival para que um encontro mais intenso aconteça não se efetiva. Somente algumas companhias, incluindo a nossa, permaneceram durante todo o festival com a maioria dos seus membros. Pena, porque o festival mereceria dos grupos uma maior atenção nesse quesito, como retorno pela generosidade e hospitalidade que a mostra oferece. Da produção apresentada destaco uma leitura dramática (Os Mansos) do Curso de Artes Cênicas ICA-UFC/CE. Claro que com dois espetáculos no festival, tive que me privar de ver alguns, entre eles, Milagre Brasileiro, do Coletivo Alfenim, muito comentado e que tinha muita vontade de assistir. Outro destaque do festival, além de Pai & Filho e Deus Danado (risos) foram os debates. Um espaço matutino para a discussão sobre os espetáculos apresentados no dia anterior: espaço inteligente mantido pelo festival como principal referência da mostra. Somam-se aos debates, oficinas e seminários não menos importantes. Resumindo, o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga é um excelente fórum sobre a cena nordestina contemporânea e propicia ao artista um sonho de consumo: viver teatro durante uma semana, numa cidade aconchegante, bela, fria, regada a fondue e vinho. De Pai & Filho falo depois, já que esta postagem está ficando tão longa quanto a última.

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