quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Diálogos


Penso que casamentos funcionam quando ambos têm o mesmo ideal. Teatro é igual a casamento. Os ideais são os mesmos. Tudo se foca em direções que os olhares de todos perseguem. Pai & Filho é a primeira montagem 100% Pequena. Nela, temos nossos corpos e almas não entrelaçados - isso foi no espetáculo anterior - mas, se sedimentando num casamento arranjado. Tudo é descoberto a partir do manejo, do desejo. Trabalhamos para colocar comida dentro de casa, sofremos pela distância de alguns com uns outros, apreciamos um bom-vinho-quase-não-tão-caro e temos gostos diferenciados em algumas questões. É que o ideal é ser diferente. Perceber que o teatro que laboramos é compartilhado com todos os que fazem é o prazer maior daquele que sempre perseguiu uma completude que jamais se efetivará. Teatro é ilusão. Ideal é ilusão. Percorrer, não. Ter a efemeridade como referência para sentir-se vivo é negar a inexatidão do tempo. Mesmo assim, continuamos a registrar o processo em diários, blogues, filmagens e fotografias, tentando, em vão, distanciarmo-nos daquilo que nos une. Irônico isso. A foto acima é de autoria de André Lucap. Da esquerda para a direita vemos Marcelo F, Claudio M. e Jorge C. 

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